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quinta-feira, abril 04, 2013

Sr. Crato/Sr. Relvas


Em verdade vos digo, meus amigos, que já nem os posso ver.
Estou farta deles todos, e cada vez mais me sinto à espera que caiam − da cadeira, da escada, ou mesmo da cama, tanto faz, o que é preciso é que caiam.

Exceptuando Paulo Macedo, não há ninguém naquele bando, que se intitula “governo de Portugal”, que me mereça um pingo de respeito, ou simpatia, ou consideração.

Quando o governo foi formado, alguns dos seus ministros deixavam-me uma pequena esperança de que talvez, pelo seu carácter ou competência profissional, pudessem melhorar um governo que já me parecia muito mau e iria aplicar políticas de desastre.

Afinal, também esses o integraram apenas porque o seu nível não destoava do conjunto.

Falo de, por exemplo, de Nuno Crato. Homem das matemáticas e crítico do sistema educativo, talvez aligeirasse a mediocridade governativa, pensei.

Ó mulher ingénua, ó grande lorpa!

Para além de outras suas malfeitorias que, por vezes, raiam a crueldade, acabámos de saber que tem na gaveta, há dois meses, o relatório sobre a licenciatura do Relvas, caso de que falou, e fala, o país inteiro.

Entre dar aos portugueses as respostas que eles esperam há demasiado tempo e a solidariedade com o trafulha do colega ministro, que escolhe o cretino do Crato?

A segunda hipótese, claro!
E porquê?
Porque, um com curso e outro sem ele, ambos são farinha do mesmo saco e merecem-se.
Eu é que, tenho a certeza, não os mereço a eles.

PS: a foto é pequenina porque, reafirmo, já nem os posso ver.


segunda-feira, outubro 22, 2012

Sou um estado de alma

Os alentejanos gostam de dizer que “ser alentejano é um estado de alma”.

Nós, alentejanos, somos comedores de pão, inventores da cozinha do nada e do “cante”, gente curtida pelo desalmado sol de verão e “enrijada “ pelas manhãs de geada, contadores de anedotas sobre nós mesmos, geralmente curtas, incisivas e espelho do destinatário, somos de poucas palavras e, regra geral, não temos pressa.
Somos, sobretudo, orgulhosos do que somos, e temos a particularidade de na lonjura nos encontrarmos, porque é sempre “já ali adiante”.

Não basta ter nascido no Alentejo para ser alentejano − pode-se sê-lo tendo nascido longe, porque ser alentejano é, de facto, um estado de alma.

Ora, se assim é, e se Relvas disse no Parlamento que não há espaço para estados de alma, a conclusão lógica, acho eu, é que não há espaço para os alentejanos.

Mas há, o ministro está enganado. O que não falta no Alentejo é espaço.

O senhor ministro que venha cá que a gente mostra-lhe a terra a perder de vista, os sobreiros, as azinheiras, os “montes”, a vinha, as oliveiras, as ovelhitas a pastar, tudo à larga.

E mais ainda: até temos umas grutas ali no Escoural que estamos mortinhos para lhe mostrar.
E pode ficar a ver o tempo que quiser, que agente fecha a porta por causa das correntes de ar que, volta não volta, se fazem sentir aqui no descampado.


terça-feira, julho 17, 2012

Anedotário

Por essa Europa fora, estamos fartos de ver casos de políticos afastados dos seus lugares por terem amigos “errados”, por aceitarem dinheiro “errado” para si ou para o seu partido, por estarem no sítio “errado” à hora “errada”, por terem mentido, ou por plagiarem uma tese de doutoramento. A Europa política está podre mas ainda teme os juízos morais das suas populações.
Estes homens e mulheres demitem-se ou são demitidos.

Em Portugal temos um poderoso ministro, o número dois do governo, que já mentiu ao Parlamento, já pressionou intoleravelmente jornalistas e que agora tem nos braços uma licenciatura ganha como brinde do bolo-rei.

Que acontece por aqui?
O primeiro-ministro acha que é um não-assunto, uma parte do seu partido achincalha (caso de Alberto João) e outra parte dá conselhos de substituição apresentando substituto e tudo (caso de “vigário” Marcelo).
Estão lindos, estão, e o desnorte é total.

Que faz o bom povo português?
Na sua esmagadora maioria faz anedotas, ri-se muito e o homem vai ficando.
Um povo do caraças, este.

Nota: a foto usada é do Público, corre nas redes sociais, data de 2004 e é uma pérola.


terça-feira, julho 10, 2012

Abre-se a porta, mas só metade

A Universidade Lusófona concedeu meia hora aos jornalistas para consultarem o processo de licenciatura de Relvas; e supervisionados pelo Provedor do Aluno.

Ah, também os proibiu de captar imagens do dossiê.

Numa desesperada tentativa de guardar alguma credibilidade, aqueles iluminados cérebros universitários resolveram que tinham que “abrir a porta”, mas só até metade

Este é, definitivamente, um país de segredos. Até para sabermos o terceiro segredo de Fátima tivemos de esperar para aí 80 anos, e no fim ficámos na mesma porque ninguém percebeu nada.

O mesmo não se passa neste caso. Com segredo ou sem segredo já todos percebemos que eles deram a licenciatura ao homem.

Para salvar a credibilidade, caíram no ridículo.
Cada cavadela, sua minhoca.


quinta-feira, julho 05, 2012

Tempo de cortar a relva

A perseguição a José Sócrates começou com o “caso” da sua licenciatura.
Como a vingança se serve fria, o poderoso ministro Relvas começa agora a provar do mesmo veneno.

Para começar, aqui na parvónia, não se pode ser político sem uma licenciatura, e por isso, se ela não existe, arranja-se; basta ter connections.

Levantada a questão, aí está de novo o manto de silêncio e secretismo que cobre as nossas instituições. As pautas são públicas, mas a Universidade Lusófona, quando questionada sobre o percurso académico do ministro, nada diz. Segredo, mais um segredo.

Tenho para mim que Sócrates e Relvas não fizeram cursos, pediram-nos aos amigos que foram arranjando nos meios políticos e empresarias.

Não serão os únicos neste país de “compadres”, mas lástima mesmo
é verificar, todos os dias, que este modo tão português  de estar na vida, com base no desenrascanço e no expediente, invadiu o topo da hierarquia política.

Para concluir a composição do ramalhete, falta apenas acrescentar que, segundo o jornal i, Feliciano Barreiras Duarte, actual secretário de Estado de Relvas, “era professor do curso de Relvas na Lusófona” e, enquanto deputado, foi coordenador dos deputados do PSD na Comissão Parlamentar de Ética Sociedade e Cultura. Tal qual o Rodrigues dos gravadores.

Ele há coincidências, oh!, se há!