Pois há, há
gente com sorte. Eu, por exemplo.
Imagine-se
que uma nora chega e diz: comprei bilhetes para irmos as duas ao espetáculo do
Michael Bublé.
A sogra fica
um bocado aparvalhada, mas logo reage com satisfação, se não mesmo júbilo, por
muitos motivos, e todos fáceis de identificar.
E fomos.
Ontem.
E cantámos,
dançámos, batemos pé, e palmas, balançámos, rimos, assobiámos (ela, que eu não
sei).
Aquilo
estava cheiinho, e como sempre me sinto maravilhosamente no meio duma multidão
que se juntou pelos mesmos afectos, divertimentos ou reivindicações, escusado
será dizer, (ou não), que foi uma noite e peras, daquelas em que um peso nos
sai de cima, enquanto uma quase prece nos vai saindo das entranhas e sussurrando
– saudades de ti, ó normalidade!
Falta dizer
que, em palco, Michael Bublé é um jovem homem afável e feliz com o sucesso.
Falta ainda
dizer o mais importante: o Michael Bublé canta muito, muito bem.
Ooops, falta
ainda acrescentar que me diverti “à ganância” graças a uma nora, assim se
confirmando que isto anda tudo ao contrário, mas que isso nos pode surpreender
pela positiva mais vezes do que aquelas que conseguimos imaginar.