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quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Apropriação do dia


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“As palavras são seres furtivos, capazes de sentidos onde não alcançam, pobres deles, os dicionários. A palavra “amor”, por exemplo, não precisa de ser pronunciada para significar, e (como se temesse mostrar-se) revela-se quase sempre sob a forma de outras palavras ou de silêncio.”

 Excerto da crónica de Manuel António Pina, publicada em 21/12/2005 no JN

sexta-feira, outubro 19, 2012

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

O escritor e o blogger, J. Rentes de Carvalho

Acabei de ler, com agrado, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, livro de contos de J. Rentes de Carvalho. Não sendo, no meu pobre entender, grande literatura, é, contudo, um livro cheio de narrativas limpas, escorreitas, com apurada sensibilidade e sentido de humor.

O autor, que vive em Amesterdão, tem um blogue – TEMPO CONTADO, onde no dia 1 de Fevereiro escreveu isto:

Estamos de parabéns. É admirável como há portugueses que, com aflições de sobra, de pouco tempo dispondo entre o futebol, a televisão e o café, arranjem oportunidade para, ferrenhos, erguendo o punho, brandindo a Moral, se mostrarem solidários com a Grécia.
É um exemplo que nos dignifica, uma atitude enérgica, muito capaz de levar a que a Alemanha reconsidere a teimosia de não satisfazer o calote.

Palavras cínicas, e até ofensivas, dum homem já entradote na idade.

Primeiro, alvitra que os seus compatriotas mais não são do que consumidores de futebol, televisão e café, isto é, não trabalham.
De seguida, mostra que o seu tempo está mesmo muito contado porque não usa nenhum dele para se informar sobre as causas da dívida grega ou a maneira como a união monetária foi construída à medida dos interesses germânicos.

Homem público com pretensões a intelectual não pode limitar-se a emprenhar de ouvido o que se diz lá no paraíso fiscal em que vive – a Holanda, e isso de escrever o que nos dá na real gana é bom para mim e para os meus colegas bloggers sem nome na praça nem livros no escaparate.

J. Rentes de Carvalho, se não quer perder o seu contado tempo com as toneladas de informação disponível, podia, ao menos, ler o seu colega Manuel António Pina

Resumindo: o livro “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia” recomenda-se, mas o blogue de J. Rentes de Carvalho – TEMPO CONTADO – esse, eu vou evitar, para não contaminar a imagem que criei do escritor.
Se é que ainda vou a tempo.