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quinta-feira, abril 24, 2014

Ontem, hoje e amanhã













 
 
 
 
Ontem à tarde, na Fundação Gulbenkian, terminava a conferência de dois dias sob o tema “A Ditadura Portuguesa, porque durou, porque acabou”.

O painel de oradores era variado, terminando com os três ex-presidentes.

Fui. E as minhas expectativas não saíram defraudadas porque houve excelentes intervenções embora, por vezes, os oradores se tenham repetido uns aos outros, o que até não se estranha dadas as balizas impostas pelo tema.

Porém, pelas sete da tarde lamentei não ter feito um estágio em Cuba ouvindo os discursos do Fidel. É que, a essa hora, eu já “papara” quatro horas e meia de discursos (não houve nunca diálogo com a plateia) e onze oradores. E ainda faltavam Mário Soares e Jorge Sampaio.

Tenho a certeza que foi nesse o exacto momento que corpo e mente, em uníssono, disseram: chega, vai-te embora! E fui, deixando lá, com pena, dois presidentes por ouvir.

Entre a assistência estavam muitas caras conhecidas, mas uma havia que queria ser vista por todos. Uma jornalista recentemente premiada como escritora, e muito aplaudida pelo seu discurso de aceitação do prémio (inclusive por mim), abria a plumagem, exibia sorriso de diva em estado de beatitude e não dava conta dos cabelos − para cá, para lá, numa dança de sedução feminina tão velha como o tempo.

Decerto toda a gente a viu, até porque, pela sua idade, destoava um pouco da restante plateia.

A foto ali de cima mostra as cabeças que eu podia observar do meu lugar e, ao vê-las, obrigatoriamente nos comparei àqueles grupos de velhinhos que faziam romagens ao cemitério a cada 5 de Outubro, e de quem ríamos com juvenil desdém.

Está em formação acelerada a brigada do reumático que comemorará o 25 de Abril até ao fim. Integro-a com gosto e, por isso, amanhã lá irei ao Largo do Carmo ouvir o Vasco Lourenço ou outro qualquer.
É que, para mim, falar em Capitães de Abril ou MFA ainda me dá frisson.
Ontem, como hoje, ou amanhã.

Bom 25 de Abril. Sempre!