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segunda-feira, janeiro 24, 2011

Está-se


Eu reflecti,tu reflectiste,ele reflectiu, etc., etc., etc.
O chamado dia de reflexão eleitoral, ou seja, o sábado anterior a cada acto eleitoral, é hoje motivo de chacota para a generalidade dos portugueses.
Quando foi criada a legislação eleitoral para a democracia, em 1974, tinham sentido algumas restrições.
Éramos um país sem eleições livres há décadas, com experiência anterior de eleições falsificadas, um grande número de analfabetos e muito medo nas costas.
Era, pois, natural que o legislador tomasse precauções para garantir eleições realmente livres e o voto em consciência.
Passados 36 anos, já fomos a votos muitas, muitas vezes. O país mudou muitíssimo e a democracia está consolidada no nosso espírito, embora, como sabemos, ela não seja um dado adquirido para todo o sempre. Ao contrário, é um bem frágil de que devemos cuidar.
Face à nova realidade do que somos, parece que o dia de reflexão, com tudo o que ele implica, ou a proibição de propaganda eleitoral a menos de 500 metros das assembleias de voto são regras já um pouco ridículas.
Apesar de os ouvidos agradecerem o silêncio depois de tantos dias de campanha, parecemos um país de mentecaptos que, coitadinhos, se deixam influenciar por uma sondagem que saia ao sábado mas não por uma que saia à 6ª, ou que mudaremos o sentido do voto no último instante se depararmos com um cartaz de outro candidato no caminho para a mesa de voto.
Há arcaísmos na legislação portuguesa que mostram bem como, para nós, é difícil vencer a inércia.
Enfim, “está-se”!