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quinta-feira, abril 03, 2014

Bateu com a cabeça


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não, não e não. Apesar do assunto destes dias ser, de novo, a Jonet, eu recuso-me a falar da criatura.

Acho de mau gosto andar a atacar alguém que é doente.

Digo isto porque acredito piamente que, algures durante a sua vida, a senhora bateu com a cabeça e fez uma daquelas lesões cerebrais em que o doente perde o filtro social e diz tudo o que lhe vem à cabeça.

Por exemplo, imagine-se alguém que vai ao Banco Alimentar buscar o que lhe faz falta, chega lá e diz:
- Venho buscar o cabaz, mas antes quero dizer-lhe, D. Isabel, que a senhora é feia, má e cheira mal dos sovacos. Agora dê-me lá o cabaz que tenho mais que fazer.

Ora, uma coisa assim é muito desagradável, mas teria que se desculpar e pensar: é a doença.
Pois é exactamente isso que eu penso da D. Isabel Jonet – que é doente.

E por isso disse, e reafirmo: não falo dela, mas enquanto não a internarem para tratamento fugirei dela, e de tudo o que a rodeia, a sete pés. 

Até amanhã, com novos e estimulantes assuntos no menu nacional.

Notícia aqui

 

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Posso escolher com quem ando?

O peditório do Banco Alimentar contra a Fome correu bem. Ainda bem.

Esta organização sempre foi muito acarinhada cá na família, com doações e respeito.
As já célebres declarações de Isabel Jonet que, aos meus olhos, não foram nada infelizes mas completamente genuínas, fizeram abanar os alicerces do afecto e empatia.

Afinal, as ideias dela nada tinham que ver com as minhas; eu pensava que o Banco era uma organização movida pela solidariedade e fiquei a perceber que o combustível era a caridade.

Nunca fui adepta da caridade, mas respeito-a como um pilar da fé católica – cada um gosta do que gosta.

Nestes tempos difíceis, é preciso acorrer a quem não tem comida no prato e por isso nem me passa pela cabeça deixar de o fazer. Tenho, porém, o direito de participar como e com quem eu quiser, e decidi ser preferível fazê-lo com quem nunca quis parecer aquilo que não é. Refiro-me à Igreja, através da sua organização Cáritas, que faz um trabalho que em nada fica a dever ao Banco, só que em surdina, sem happenings bianuais.

Assiste-me ou não o direito de escolher a companhia para atravessar o pântano? Entendo que sim, e por isso acho triste ver um certo fanatismo alarve, beato e leviano vertido para texto, como neste caso:

“Ser solidário é importante.
...e não se preocupem com a maltinha bem-pensante que vos vai dizer que ajudar o Banco Alimentar (eles dirão "tia Jonet") é fazer caridadezinha.
De facto, eles estão mais preocupados em ser coerentes com o próprio e adorado umbigo e é gente que nunca deu nem dará nada a ninguém, nem um beijo, nem um abraço, nem a ponta de um corno, nem nada...”
(retirado do Facebook)

Pensar pela própria cabeça e fazer escolhas de acordo com as convicções de toda uma vida parece transformar-nos em “bem-pensantes”, termo sempre usado com enorme carga negativa, e, simultaneamente, nuns estupores que nunca deram nada a ninguém.

Se é costume dizer que as acções ficam com quem as pratica, eu acrescento que as palavras desnudam quem as profere − seja a Isabel Jonet na televisão ou um cidadão anónimo no Facebook.
É por isso que elas, as palavras, são tão perigosas.
 


 

terça-feira, novembro 13, 2012

Sintomas dum país em cacos

Portugal é um país à beira de um ataque de nervos, o que ficou muito bem provado com o “episódio” Jonet.

Nas redes sociais houve de tudo – os que carregaram o andor da santa até mais não poderem, os que se desdobraram a dizer que a santa não quis dizer o que disse, os que bramaram que abandonar o apoio ao Banco era criminoso, todos aproveitando para malhar na esquerda que, no fundo, odeiam, e imaginam toda igual e “formatada” como gostam de dizer.

Do outro lado, houve os que pediram a demissão do diabo (como se isso fosse possível, dado que Isabel Jonet dirige uma IPSS com os seus corpos sociais), houve quem usasse o vernáculo e o insulto soez, e até houve quem sentisse repugnância, imagine-se, pelo cabelo do diabo colado à cabeça.

Portugal está partido, desiludidos dos seus e dos de fora, sem esperança, sem sonhos e sem futuro. Tudo serve para atear a fogueira da raiva mal contida.
Portugal está à beira dum ataque de nervos.


quinta-feira, novembro 08, 2012

A náusea

Em noite Obama, passai pela Sic Notícias e encontrei Rui Vilar, Manuela Ferreira Leite e Isabel Jonet a discutir o do costume. Confesso que só apanhei a parte final do programa, mas foi o suficiente para apreciar o pensamento e discurso daquela santa senhora, a D. Isabel Jonet do Banco Alimentar contra a Fome.

De repente, achei que estava a ver um filme antigo, a preto e branco, e que julgava já estar no caixote do lixo da história.

Pois, não está, e com ele vieram-me à memória o Movimento Nacional Feminino, o queijo e rosado e o leite em pó do senhor prior, e a morgada lá da aldeia que passava a vida na sacristia e, no tempo livre, fazia uma caridade repleta de censuras àqueles farrapilhas que não sabiam governar a casa com o mísero salário que o seu marido lhes pagava para trabalharem de sol-a-sol.

“Vivemos acima das nossas possibilidades”, pois claro, e temos que empobrecer. Imagine-se que os filhos dela não usam copo dos dentes, gastando assim imensa água (quem é que os educou? certamente a criada desgovernada enquanto ela estava na sacristia) e ainda deu sábios conselhos, como aquele de os jovens se deixarem de concertos rock e guardarem o dinheirinho para quando precisarem de fazer uma radiografia.

Esta maralha caridosa, esta casta superior, acha que, finalmente, podemos voltar aos gloriosos tempos, de tão boa memória para eles, de 1973, ou 1963 e por aí atrás. E di-lo.

Olhe, D. Isabel Jonet, eu também lhe vou dizer uma coisa: quando chegar o dia do seu peditório, eu vou seguir os seus pedagógicos conselhos, vou olhar para a carteira e ponderar se não tenho andado a viver acima das minhas possibilidades.
É que, ainda mais por já não ser jovem, vou ter de poupar para a radiografia.


terça-feira, novembro 29, 2011

Troco um Pedro por uma Isabel

A campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome foi, apesar da enorme crise, mais uma vez um sucesso.
É certo que o Banco e as suas campanhas fazem apelo ao que de melhor há em nós, portugueses – a solidariedade generosa com os que estão em aflições aqui ou em qualquer parte do mundo.

Podemos não dar bom-dia ao vizinho, infernizar a vida do colega, roubar o lugar de estacionamento a quem chegou primeiro, não apanhar do chão o que um mais velho deixou cair, abandonar a velha mãe no hospital durante a Páscoa e o gato nas férias de verão, mas lá que somos solidários com os que não conhecemos mas sabemos que estão em apuros, ah! lá isso somos.

Claro está que o Banco é uma organização exemplar que, ao longo dos anos, ganhou a simpatia e confiança dos portugueses. A maneira como presta contas regularmente aos seus doadores é até estranha em Portugal, e isso leva-nos a confiar na seriedade da organização.
Tem mão da Igreja, é certo, mas o que a Igreja faz bem feito…faz bem feito.

A figura discreta, quase de missionária, de Isabel Jonet, escondeu durante anos aquilo que agora o país inteiro já sabe – que é uma mulher inteligente, determinada, imaginativa, organizadora, séria e com enorme capacidade para dirigir com alto grau de profissionalismo aquilo que já é uma grande organização; tão grande que é capaz de alimentar 329 000 pessoas, não directamente, mas através de 2047 instituições.

É pena que não lhe dê para a política. Gostava de a ver sentada a discutir o orçamento de Estado; não por ser mulher,  nem por eu achar que gerir um país é o mesmo que gerir uma casa, longe disso, é por me parecer que ela sabe o sentido exacto da palavra equidade.
Agora mais do que nunca, por mim, trocava um Pedro por uma Isabel.