Entre o Rato
e o Intendente, há dois bandos de putos que parecem bandos de pardais à solta na disputa do território para as suas
malfeitorias.
O do Rato
tem como nome de guerra “Ninguém-tá-Seguro” e o do Intendente, “Quebra- Costas”.
O primeiro
tem tido supremacia, usando e abusando de abstenções violentas, o que muito
irrita o segundo que gosta de maior refrega e o acusa de, por um lado, não
defender a memória histórica do bairro do Rato e, por outro, de se acagaçar com
os betos da Lapa.
A coisa tem
andado em banho-maria mas, de repente, a paciência acabou-se, vá-se lá saber
porquê.
O grupo do
Quebra- Costas acirrou o chefe e este disse: “manos”, nada temam, eu vou lá, é
desta que me porto mesmo mal.
O chefe do “Ninguém-tá-Seguro”
encheu o peito, mostrou a alva dentuça como é de seu costume e disse: olha,
olha, qual é a pressa, pensas que tenho medo de ti? Vem cá “meu”, vem, se
queres ver o “aparelho” a dar-te nas fuças.
Quebra-Costas,
homem de indiscutível coragem para dar o peito às balas, foi, mas, a partir
daí, não consegui perceber mais nada do que se passou. Se calhar foi o padre da
igreja do Rato que os ungiu, não sei, só sei que acabaram aos abraços.
Passados
tantos dias, continuo sem perceber nada, mas pouco me importa, porque, (e isto
é uma confidência) pelo-me por finais felizes com abraços, e beijinhos, e
“amasso” e etc. e tal.