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segunda-feira, maio 20, 2013

Às vezes, o que se escreve é triste

No Expresso online de ontem, Henrique Monteiro compara os chorudos salários e prémios duma gestora do falido Banif, em que o povinho meteu recentemente 1100 milhões de euros, com os disparatados salários dos treinadores de futebol, e pretende dizer-nos que é tudo igual, só que nós, pobres tontos, nem damos por isso.

Ora, acontece que não é tudo igual.

O falido Banif e a sua gestora Conceição Leal, não fizeram nada por ninguém a não ser por si próprios; quanto aos clubes de futebol, se é certo que pagam salários extravagantes e que também vão recebendo apoios do Estado, não é menos certo que, melhor ou pior, e com muito desporto gratuito para crianças e jovens, os vão retribuindo à sociedade.

Os clubes não são só futebol, longe disso, embora o dinheiro venha, sobretudo, do que o futebol conseguir gerar.

Querer comparar o retorno do trabalho de Conceição Leal, que foi um desastre, com o retorno do trabalho de Jesus ou Pereira é mais ou menos o mesmo que querer “comparar o cu com a feira de Borba”.

A importância social do Banif não é comparável à do Benfica, Porto, Sporting ou mesmo do Clube da Ervilha.
Henrique Monteiro sabe-o melhor que eu, mas deve achar que ser populista não tem mal, desde que o seja com os ordenados do futebol que toda a gente critica porque são, de facto, criticáveis.
E se, pelo meio, der um ar de esperteza e de homem que vê mais longe do que os outros todos, tanto melhor.
Não, futebol não é santo, como já vi por aí, e pratica salários pornográficos, mas não, também, Henrique, não é a mesma coisa.

Quem está interessado em branquear a banca e os bancários de luxo que tanto agradam aos banqueiros, usando candidamente os seus próprios (deles) argumentos?

 

segunda-feira, abril 30, 2012

Cronistas irritados

A decisão de Mário Soares e da Associação 25 de Abril de não participarem nas comemorações oficiais do dia 25 de Abril irritou profundamente comentaristas, cronistas e afins. Afinal, não foi só Ricardo Costa, foram quase todos.

Henrique Monteiro, no Expresso de 28/04/2012, lamenta que Vasco Lourenço tenha dito que “os eleitos já não representam o povo”. Bom, eu também acho que não é bem isso, mas todos conhecemos o jeito que Vasco Lourenço tem para se comportar com elefante em loja de porcelana. Os eleitos representam sempre o povo que os elegeu, podem é, uma vez eleitos, governar contra ele. É o que está a acontecer e era o que deveria ter sido dito, mas a Associação tem o direito de tomar as posições que entender.

Henrique Monteiro diz também que Sampaio esteve presente porque, esse sim, sabe distinguir “o essencial do acessório”.
Não tenho tanta certeza disso.

Ainda hoje acho, contra tudo e contra todos, que ele é o primeiro responsável pela situação em que nos encontramos.

Ao dar posse a Santana Lopes em 2004, seguindo as ordens de Barroso, fez o país cair nos braços de Sócrates no ano seguinte. Tudo poderia ter sido diferente (ou não, quem sabe?) mas esta decisão de Sampaio tem um peso enorme na história recente do país, e parece estar completamente esquecida. Sim, também Sampaio, aí, traiu a confiança de quem nele votou, dando agora ares de virgem impoluta. Na política portuguesa não há disso.

Quanto a Mário Soares, já aqui disse que “não dá ponto sem nó”. Depois de ter andado com Passos ao colo, infletiu o caminho e quis dar um recado qualquer. Qual? A quem? A resposta pode não ser, para já, óbvia, mas, mais cedo ou mais tarde perceberemos, porque Soares pode estar velho, mas parvo é que ele não está.
Azar o de comentaristas, cronistas e afins.


terça-feira, outubro 11, 2011

Sem esforço e sem trabalho, disse ele

Na sua crónica da última página do Expresso de sábado passado, Henrique Monteiro discorre sobre “O País que já foi rico”.
Depois de escrever sobre o grande investimento que foi feito em equipamentos nas últimas década, e do dinheiro que não há hoje para os manter (tudo verdadeiro), lá mais para o fim moraliza:
“Quisemos viver bem mas nunca em função do nosso esforço e trabalho”.
E eu interrogo-me: estará falando de quem? da grande massa de portugueses que ganha, em média, 700 euros? dos patrões? dos governantes? ou de si próprio?
Como se limita a largar a sentença moral e vai embora, fiquei a pensar
como seria realmente bom se o cronista despendesse algum esforço e trabalho ao escrever as suas crónicas.
É que, para escrever banalidades e generalidades que não primam pelo rigor, já estou cá eu e mais as Selecções do Reader’s Digest.