Mostrar mensagens com a etiqueta Hannah Arendt. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Hannah Arendt. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, outubro 14, 2013

Hannah














 
 
 
 
 
 
 
Muito se tem escrito ultimamente sobre Hannah Arendt e o filme, agora em exibição, que leva o seu nome.

Nesses escritos, encontra-se quem saiba muito sobre ela, sobre a sua obra e até sobre cinema. Encontra-se também quem escreva apoiado na mais profunda ignorância.

Deixando a sua filosofia para quem a estuda, confesso que há anos que a mulher/filósofa Hannah Arendt desperta também o meu interesse e curiosidade.

A paixão de Hannah Arendt pelo seu professor Martin Heidegger sempre se me afigurou tão poderosa quanto pouco entendível (como, afinal, é próprio de tantas paixões poderosas).

No livro “Hannah Arendt e Martin Heidegger” de Elzbieta Ettinger, encontrei  uma mulher inteligente, jovem judia na Alemanha de Hitler, que se apaixona pelo professor e  homem brilhante, mas de personalidade pouco recomendável, que se serviu dela inúmeras vezes.

Hannah não via isso, ou recusava ver. A sua paixão durou toda a vida.

No filme, numa brevíssima cena, o assunto é aflorado, e Hannah responde, secamente, enquanto puxa mais uma fumaça do seu eterno cigarro, qualquer coisa do tipo – “há coisas maiores que qualquer pessoa”.

Gostei do filme. Gostei da clareza com que o pensamento de Hannah é apresentado, e de confirmar, mais uma vez, que, por mais claro que seja o que dizemos, cada um dos nossos receptores entende sempre, e apenas, aquilo que está, à partida, predisposto para entender.

No filme, apenas me desagradou a cor e o ambiente sempre soturno; há nele momentos verdadeiramente luminosos que mereciam ser fisicamente acompanhados duma outra luz.
Mas isso, são opções estéticas.

Sobre o livro:
Hannah Arendt e Martin Heidegger
Elzbieta Ettinger
Ed: Relógio d’Água, 2009