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segunda-feira, dezembro 30, 2013

Pangloss









 
 
 
Quem passou pela baixa lisboeta no fim de semana anterior ao Natal encontrou, nas ruas, uma multidão maior do que na maioria parte das manifestações.
Oiço agora que os hotéis na Serra da Estrela estão esgotados para o final do ano.
Concluo que, uma grossa fatia da classe média urbana não empobreceu.
Ainda bem. Não defendo o empobrecimento.

Devido à greve, as ruas de Lisboa estão cheias de lixo do que se comeu, do que se bebeu, do que se comprou e do que se ofereceu.
Não foi assim tão pouco, pelo que vejo.
Ainda bem, dado que não defendo o empobrecimento.

Os cantoneiros da Câmara de Lisboa fazem greve durante cinco dias, seguida de outros tantos com greve às horas extraordinárias.
Devem ganhar muito bem, para aguentarem tantos dias de greve.
Como não defendo o empobrecimento, volto a dizer, ainda bem para eles.

O pessoal anti-Costa (António) aproveita para nele malhar, culpando-o da estrumeira em que vivemos, mas nunca diz o que acha que ele devia fazer – ignorar a lei da greve e contratar substitutos, ou ceder à exigência dos cantoneiros que recusam a restruturação do serviço.

Pessoalmente, parece-me que ele está fazendo tudo bem, exactamente porque defendo a democracia e as suas leis – uns fazem greve, e os outros respeitam-na.

Pelo seu lado, a tal classe média que comeu, bebeu, comprou e ofereceu, não está disposta a guardar lixo no apartamento durante 10 dias, e larga-o na rua.
Cada um trata de si, como de costume. So what?

Olho à volta e decido, por uma vez, pensar como Pangloss: “as coisas não podem ser de outra forma” ou “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”.
E assim pretendo terminar o ano.