Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, não vou dizer − “se eu fosse grega” fazia isto ou fazia aquilo.
Não vou, mas
também não vou negar que com este longo processo, que está longe do fim, ora me
inquieto ora me regozijo, ora deprimo ora barafusto, ora acalmo ora confio, ora
desconfio. Tem sido cansativo, às vezes quase desesperante, mas sempre nos pôs o
sangue a correr nas veias, e isso é bom, muito bom.
Aqui sentada
no meu tranquilo “Olimpo”, tenho testemunhado uma das maiores, se não a maior e
mais escandalosa campanha de desinformação a que já assisti.
Aqui sentada
no meu tranquilo “Olimpo”, e à aproximação de domingo, ser-me-ia muito fácil
escrever OXI, OXI, OXI (o Não grego), quase como se os gregos tivessem o dever
de votar Não, e com esse seu acto de rebeldia ou desespero devessem resgatar,
não só a sua honra, mas sobretudo a nossa.
A quantidade
de anos já vividos, porém, permite-me saber, antes de mais, que é preciso estar
“nos sapatos” dos outros para perceber a verdadeira dimensão dos problemas que
os afligem.
Por isso
acho que OXI não pode ser uma bandeira de que nos apropriamos alegremente nas
redes sociais.
Se eu fosse
grega, sei lá o que faria.
Se eu fosse
grega, sei lá em que situação me encontraria.Se eu fosse grega, sei lá como avaliaria as consequências para o futuro do meu país em geral e da minha família em particular.
Aqui sentada
no meu tranquilo “Olimpo”, é verdade que também eu desejo que os gregos se decidam
pelo Não. Que digam BASTA.
Contudo, se
amanhã eles não o puderem fazer, eu entendo. E respeito.
É isso.
Seja o que for que aconteça, eu respeito
PS: OXI,
OXI, OXI.