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segunda-feira, junho 04, 2012

Borges e Sachs e FMI e etc.

As histórias sobre António Borges que vieram a lume recentemente são várias e com narrativas também variadas.

Tentando separar factos de interpretação e de teorias da conspiração, apurei que, na verdade, António Borges ganhou, em 2011, enquanto esteve ao serviço do FMI, 225 mil euros livres de impostos.

Não tenho nada contra quem ganha bem; costumo até advogar que políticos e polícias, por exemplo, deviam ser bem pagos para serem menos permeáveis às tentações.

Acontece que, trabalhar para alguns organismos internacionais transforma as pessoas numa espécie de deuses que não se regem pelas regras dos outros mortais e, por isso, estão isentos de imposto - caso de Borges e Lagarde.

Acresce a isto que a arrogância que o poder do lugar lhes traz os torna execráveis, deixando-lhes “o coração ao pé da boca”, livres para dizerem tudo que lhes der na real gana.
Lagarde está-se nas tintas para as crianças gregas e Borges acha indispensável baixar salários em Portugal.

Quem ganha 225 mil euros por ano não faz a menor ideia do que seja viver o mesmo período de tempo com 6 ou 7 mil euros, mas também não quer saber, não pára para pensar, não quer imaginar, não quer pôr-se no lugar de, e muito menos quer saber se as suas palavras ofendem os mais fracos do seu país.

Por mim, também não quero saber se Borges é competente. Sobre isso há muitas dúvidas, e há até quem diga e escreva que foi despedido do FMI por incompetência. Além disso, a competência pela competência não me interessa nada; o que me interessa é a ideologia que o competente vai pôr em prática.

Também não quero discutir as suas ligações à máfia do Goldman Sachs, mas essas ligações deixam-me muito intranquila quando sei que tem em mãos o dossiê das privatizações que vão deixar o meu país mais pobre e permitem muitas negociatas.

Posso decidir enfiar a cabeça na areia e não querer saber de nada disto, mas um sujeito de 63 anos que não tem, ao menos, pudor nas palavras usadas, merece toda a minha desconfiança e antipatia.