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domingo, maio 10, 2015

Phoenix









 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale a pena ver o filme Phoenix.

Segundo crítico do jornal i “uma história que joga com a culpa, a traição, os traumas e a adaptação a uma vida a ajustar contas com a guerra e as marcas do nazismo. “Phoenix” é a história de amor de um casal, interrompida pelos horrores da II Guerra Mundial e pelas certezas e juras perdidas.
Poderá o amor ser o alento para lhes sobreviver ou terá ele próprio sucumbido à luta para manter a própria vida? Poderá a identidade permanecer a mesma depois de tudo isso?”

Vi neste filme belo, sóbrio e tocante, sem deixar de ser duro e intenso, duas Phoenix – a heroína, a judia Nelly Lenz, mas também a própria Alemanha que, renascendo das cinzas, forçosamente se reinventam.

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

“Filomena”



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A “bondade” da igreja católica sempre me deixa estarrecida.
Já as contradições dos seres humanos, a sua luz e as suas sombras sempre me fascinam.

Filomena, baseado em factos reais, conta-nos uma história que perturba mas também enternece.

Quem não gostar de rir por encomenda no Carnaval, pode ir ver este filme sem medo de se decepcionar. Se, aqui e ali, pode esboçar um sorriso genuíno, não de encomenda, portanto, também não sairá a chorar.
Melhor dizendo, pode até chorar, se lhe der para aí, mas o filme não cede nunca à tentação de puxar à lágrima fácil.

Judi Dench, maravilhosa, sempre.
Mestria e dignidade são as palavras adequadas para o modo como compôs a personagem Filomena.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Hannah














 
 
 
 
 
 
 
Muito se tem escrito ultimamente sobre Hannah Arendt e o filme, agora em exibição, que leva o seu nome.

Nesses escritos, encontra-se quem saiba muito sobre ela, sobre a sua obra e até sobre cinema. Encontra-se também quem escreva apoiado na mais profunda ignorância.

Deixando a sua filosofia para quem a estuda, confesso que há anos que a mulher/filósofa Hannah Arendt desperta também o meu interesse e curiosidade.

A paixão de Hannah Arendt pelo seu professor Martin Heidegger sempre se me afigurou tão poderosa quanto pouco entendível (como, afinal, é próprio de tantas paixões poderosas).

No livro “Hannah Arendt e Martin Heidegger” de Elzbieta Ettinger, encontrei  uma mulher inteligente, jovem judia na Alemanha de Hitler, que se apaixona pelo professor e  homem brilhante, mas de personalidade pouco recomendável, que se serviu dela inúmeras vezes.

Hannah não via isso, ou recusava ver. A sua paixão durou toda a vida.

No filme, numa brevíssima cena, o assunto é aflorado, e Hannah responde, secamente, enquanto puxa mais uma fumaça do seu eterno cigarro, qualquer coisa do tipo – “há coisas maiores que qualquer pessoa”.

Gostei do filme. Gostei da clareza com que o pensamento de Hannah é apresentado, e de confirmar, mais uma vez, que, por mais claro que seja o que dizemos, cada um dos nossos receptores entende sempre, e apenas, aquilo que está, à partida, predisposto para entender.

No filme, apenas me desagradou a cor e o ambiente sempre soturno; há nele momentos verdadeiramente luminosos que mereciam ser fisicamente acompanhados duma outra luz.
Mas isso, são opções estéticas.

Sobre o livro:
Hannah Arendt e Martin Heidegger
Elzbieta Ettinger
Ed: Relógio d’Água, 2009

 

 

 

segunda-feira, agosto 19, 2013

Notícias do Verão IV


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A comédia é um género difícil, parece-me.

Para a fazer bem, é muito conveniente que nunca o pé fuja para a chinela, que nunca do humor se passe à caricatura a traço grosso, e que nunca se abuse dos estereótipos.

Por outro lado, convém que tudo se “cozinhe "com uma boa dose de inteligência, bom gosto e sensibilidade.

A comédia é um género muito difícil, eu acho.

segunda-feira, maio 13, 2013

Ando só a lembrar-me disto




Não me apetece falar de Paulo Portas.

Mas lembro-me muito deste filme; transposto para hoje, nele teríamos Paulo Portas de smoking entre a assistência, sempre garantindo que o seu coração sangrava com os concorrentes e que os iria defender até à morte – deles, concorrentes, claro.

Filme de 1969, realizado por Sydney Pollack, com Jane Fonda e Michael Sarrazin baseado no livro “Os cavalos também se abatem” de Horace Maccoy

Sinopse do livro “Os cavalos também se abatem” de Horace Maccoy
 
É um clássico do romance negro americano. É uma história cruel que decorre na época da Grande Depressão dos E. U. A. Toda ela à volta de uma maratona de dança em Hollywood, onde os pares se agitam numa competição louca por forma a ganharem um prémio em dinheiro, ou, por vezes, simplesmente para se alimentarem à custa do concurso enquanto puderem.

 Quem não viu devia ver.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Guia para um final feliz

Num das passadas tardes de Carnaval, tirei as medidas aos filmes em cartaz para escolher um que não me chateasse minimamente, mas que também não fosse completamente estúpido.

Fiz bingo com “Guia para um final feliz”.

Desconfia-se dum título destes; finais felizes não são permitidos, nem de bom gosto, e o beijo final que enche a tela acabou há décadas.

Arrisquei, e encontrei um filme com uma história bem contada, entre o drama e a comédia, feito com gente comum, cheia de problemas e desvarios, diria mesmo com grandes “pancadas”, mas que ousa criar laços entre si e acreditar em finais felizes.

Habituados que estamos a finais sem clemência ou compaixão, é com surpresa que, por uma vez, saímos dum filme mais soltos que amarfanhados, mais sorridentes que angustiados.

E o Ma Chérie Amour, do Stevie Wonder, que, no regresso a casa, não nos sai da cabeça, complementa a ousadia de termos escolhido pagar para ver uma fita com final feliz.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Sair a uivar

Fui ver o filme “Amor” no 1ºdia do ano.
Tinha saudades do Trintignant, e o filme está a ser muito aplaudido.

Devia ter ficado com ciática dez minutos antes de sair de casa.

Resumindo, pode dizer-se que o filme é bom, mas também o achei voyeur e às vezes sádico.
O realizador mete-se (nos) em casa dum casal de idosos (donde não mais saímos) e faz-nos assistir ao colapso dela e à sua lenta perda de capacidades, humanidade e dignidade; simultaneamente, Georges passa de marido a devotado cuidador.

Uma história de todos os dias, multiplicada por milhões, fruto da longevidade característica da época contemporânea.
Ouso dizer que o filme de Haneke é neo-realista, o que não é aqui um elogio.
Sim, eu já vi aquilo, e bem próximo, não preciso que me expliquem, nem que mo mostrem, nem que me aticem um medo que, hoje, é de todos.

Por isso, quando saí, só me apetecia uivar.
 
Uivar curto e longo, agudo e grave, angustiado e enfurecido.
Um uivo de tristeza (pela morte) de terror (pelo futuro), de raiva (pelo presente), de dor (pela humanidade), de irritação (com quem se apropria da indignidade da velhice e ainda consegue fazer disso uma obra de arte).
Não invento − eu só queria uivar. E ainda quero.


terça-feira, dezembro 13, 2011

"Um Método Perigoso"

Como não sou uma Cronenbergiana, ao contrário dos que o são, achei “ Um Método Perigoso” um filme não apenas bom, mas perfeito.

Sendo uma adaptação duma peça de teatro, há nele, de facto, qualquer coisa de teatral, o que não me impede de o achar um filme belíssimo, denso e inquietante.

Da direcção de actores à reconstituição de ambientes da Belle Époque, da luz aos figurinos (ai os vestidos brancos da Keira Knightley) dos diálogos às interpretações, tudo tem o charme discreto da perfeição.

Se o filme parece plácido, é puro engano. Por baixo da aparência fervilha o mundo das contradições e pulsões do ser humano, nas pessoas de dois homens que a partir do início do século XX influenciaram de maneira drástica a forma de ver as pessoas, a sociedade, a religião, o sexo, as perturbações mentais – Sigmund Freud e Carl Jung.

Estes dois homens, que criam uma amizade e sintonia de pensamento que, aos poucos, se vai esboroando, são encarnados na tela por dois actores, Viggo Mortensen e Michael Fassbender, que nunca se afastam da excelência no seu trabalho. Já Keira Knightley, no papel de Sabina Spielrein, fica muito lá para trás como, subjectiva opinião minha, é claro, sempre acontece.
(Ela parece não saber o que fazer com tanto maxilar inferior).

Há quem goste, e quem saia desiludido. Para mim, é um dos grandes filmes do ano. Mas eu não sou Cronenbergiana, já disse.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Sangue do Meu Sangue

Nem sei há quantos anos não via um filme português, mas sei que já lá vão muitos. Falta de oportunidade e também de vontade estão na raiz da ausência, coisa que, presumo, acontece com a maioria silenciosa dos portugueses que também lá não põe os pés.

Terá sido esta febre do “compre português”? terá sido a catadupa de prémios? terão sido as críticas laudatórias? Talvez tudo isso junto, e lá fui eu ver o filme.

Posso dizer, sem remorsos, que o filme é bom e eu gostei, mas chamar-lhe obra-prima parece-me tão exagerado como o moderno costume de aplaudir tudo e mais alguma coisa de pé. Ou as primas andam pela rua da amargura, ou as cadeiras são pouco cómodas, ou sentido crítico foi deixado em casa em nome do bem parecer e da paz social.

João Canijo, neste seu filme, consegue meter-nos mesmo no Bairro Padre Cruz e num Portugal que está já ali ao virar da esquina, esquina essa que, preferencialmente, não dobramos. É, no essencial, uma história sobre a força das mulheres na protecção dos mais novos, e a força do seu amor incondicional por eles. Afinal, sobre o melhor de nós – a capacidade de tomarmos conta uns dos outros, pelo menos dentro da família.

O ambiente quase claustrofóbico e sem privacidade que Canijo nos quer transmitir foi captado com grande sucesso, para o qual muito contribui o persistente som dos vizinhos e das televisões sempre ligadas.

Claro que se dispensava o tema do incesto (demasiado fácil) como se dispensavam algumas criativas opções na realização; umas são boas e outras, na minha modesta opinião, completamente falhadas.

A história é servida por muito boas prestações da maioria dos actores, exceptuando aquele cabotino que faz de dr. Alberto cujo nome desconheço.
Resumindo, vale a pena ir ver o filme. Compre português.

terça-feira, outubro 04, 2011

Woody está de volta

É já um lugar-comum dizer que, com Meia-Noite em Paris, Woody Allen voltou no seu melhor. Se nos últimos anos houve altos e baixos, Meia-Noite em Paris não nos desilude. Ao contrário, saímos com um sorriso de satisfação. Com um humor inteligente que não dispensa alguma cultura histórica/artística por parte do espectador, este é também um filme de amor em sentido lato – amor a uma cidade, amor aos artistas, amor à fantasia, ao nosso passado comum, amor à verdade e à descoberta das nossas razões profundas e, frequentemente, desconhecidas.
Comédia romântica, sim, mas de mestre.
E mais não digo porque anda toda a gente por aí a contar a história, estragando a “festa” a quem ainda não viu. Tão mau como dizer quem é o assassino a quem ainda vai a meio do policial.

sexta-feira, junho 17, 2011

"A Árvore da Vida"

Os que acham “A Árvore da Vida” o melhor filme do ano que me desculpem mas, na minha modestíssima opinião, aquilo é uma grande seca, e não é por ter ganho a Palma de Ouro em Cannes que lhe vou dar o (meu) benefício da dúvida
Tendo por base os eternos conflitos americanos entre pai e filho ao longo do crescimento deste - digamos que podia ter sido um pouco mais original no tema de fundo, Terence Malick constrói uma salada entre o catecismo e o National Geographic para deslumbrar o olho e (pretensamente) acordar a consciência do pagante.
Tem imagens belíssimas para quem não adormecer entretanto, a música é boa mas, no cômputo geral, é uma enorme chatice por um punhado de euros.
Os críticos também se dividem, mas eu estou com Vasco Câmara que no Público lhe atribuía duas estrelinhas; e vai cheio de sorte, que eu hoje estou bem-disposta.

terça-feira, maio 10, 2011

Sim, eu gosto.

No Expresso de 7 de Maio, Henrique Raposo, um cronista de quem até já discordei aqui publica uma crónica (sem link), que começa assim:
O cinismo é a base da cultura pós-modernista, uma peçonha cool que nos anestesia há décadas. E este cinismo assenta numa ordem muito simples: é proibido acreditar.
Desta vez concordo com o cronista. Vem isto a propósito do filmezinho que corre na internet, feito para as Conferências do Estoril, sobre Portugal, e dirigido aos finlandeses.
É um filme interessante, sobre um país periférico e mediterrânico que é desconhecido, hoje em dia, da maior parte dos povos de outros países. O filme mostra, com acerto, simplicidade e humor, que nem sempre estivemos de mão estendida, que chegámos a dividir o mundo com a Espanha, que houve muita glórias passadas mas também algumas actuais e, no fim, aborda, para os finlandeses, uma das nossas melhores características – ainda somos generosos e solidários.
Devíamos ver um filme destes todos os dias, como quem toma um remédio, para ver se mudávamos este permanente estado de descrença e lástima miserabilista, em que sempre nos achamos piores que todo os outros, coisa que não passa pela cabeça de nenhum outro povo europeu. Espanhóis, franceses, britânicos, italianos e gregos, por exemplo, acham-se sempre o supra-sumo quer no passado quer no presente.
À nossa tendência natural para nos acharmos uns “coitadinhos”, junta-se uma miríade de comentadores, em todos os meios de comunicação social, apostados em nos enterrarem ainda mais, sempre reforçando o que vai mal. São também os cínicos de que fala Henrique Raposo, para quem é proibido acreditar, e insinuar, sequer, que se ama este país, é sinal de piroseira reaccionária. Eles são, em suma, aqueles que costumo dizer que só se sentem bem quando se sentem mal.
Gostei do filme, sim, e tanto me orgulho da era dos descobrimentos como do Serviço Nacional de Saúde, das marcas arquitectónicas de Portugal espalhados pelo mundo como dos dois Pritzker, de ter uma língua falada em 5 continentes como da Expo 98, de termos abolido a pena de morte e a escravatura bem cedo, como das grandes e pequenas invenções dos nossos cientistas actuais.
Era bom que todos tomássemos consciência do que realmente somos, nem mais nem menos, e que percebêssemos que este é apenas mais um dos maus momentos dos muitos que Portugal já viveu e ultrapassou.
Já agora, de caminho, devíamos enfiar os cínicos de serviço onde eles merecem estar.