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sexta-feira, março 21, 2014

O trabalho que a sorte me dá




















Ontem começou a Primavera.
Numa peça do telejornal da hora de almoço, para além de se falar da efeméride, foi também dito que já existe o dia da felicidade; não percebi se coincidem, a Primavera e a felicidade, mas não me admiraria nada, porque os 365 dias do ano já não são suficientes para assinalar tudo e mais um par de botas como agora parece ser obrigatório.

A reportagem seguiu para a rua para perguntar aos “populares” o que era para eles a felicidade. As respostas foram as de sempre – ter saúde, amar a família, ter trabalho ou dinheiro, etc.

Pertencendo eu aos “populares”, se me tivessem interrogado teria dado as mesmíssimas respostas, acrescentando, talvez, a falta que me faz um Inverno mais ligeiro que este último, uma democracia mais saudável e um governo que me envergonhe menos.

Apesar destes últimos “azares”, não me queixo.

Ora, se um português não se queixa, para além de ser uma pessoa feliz, só pode ser uma pessoa que tem sorte, e isso é sempre dito ao não queixoso.
Por mim, trato logo de concordar com veemência.

Só nunca digo que ter sorte é das coisas que mais trabalho me tem dado nesta vida.

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Felicidade


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A felicidade não será o coração desse momento culminante, “essa espécie de eternidade fugidia” (MF) em que o homem se encontra para logo se perder?

In “Felicidade em Albert Camus”
Marcello Duarte Mathias
D. Quixote

MFA Morte Feliz, Albert Camus

Nota: encontrei a imagem aqui reproduzida no Facebook há algum tempo, mas desconheço a sua autoria, o que lamento.
Foi tirada no final da guerra e nela um menino, que julgo austríaco, acaba de receber uns sapatos.
Reproduzo-a por ser tão comovedora e por nela encontrar “essa espécie de eternidade fugidia”, esse momento raro e fugaz de completa felicidade.

Nota 2: segundo informação que me chegou dum amigo através do Facebook, mas  posterior à publicação inicial deste post, trata-se de uma fotografia de Gerald Waller, tirada em 1946 num orfanato austríaco e publicada na revista Life
Já agradeci a informação, mas volto a fazê-lo aqui.



 


 

terça-feira, março 27, 2012

Para quem ontem desenhou uma linha

Para D.
“Provavelmente lembras-te da famosa afirmação do início de Anna Karénina, na qual Tolstói, envergando os trajes de uma serena divindade aldeã e debruçando-se sobre o nada cheio de bondosa tolerância e calma benevolência, declara lá do alto que todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, ao passo que as famílias infelizes o são cada uma à sua maneira. Com todo o respeito devido a Tolstói, quero dizer-te que é o contrário que é verdade: as pessoas infelizes estão profundamente mergulhadas num sofrimento de convenção, vivendo uma rotina estéril de acordo com um de cinco ou seis clichés de desgraça já gastos. Ao passo que a felicidade é uma porcelana rara e preciosa, uma espécie de jarrão chinês, e as poucas pessoas que a conquistam desenham-na linha a linha, moldando-a ao longo dos anos, cada uma delas à sua imagem e semelhança, cada uma segundo o seu caráter, de tal modo que não há duas felicidades iguais.”

Amos Oz
A Caixa Negra
(prémio femina)
Q. Quixote, 2ª edição, 2012


Nota: na imagem, Desenho habitado de Helena Almeida, roubado aqui