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quarta-feira, setembro 19, 2012

Não terão mais nada que fazer?

Discutir questões de fé é pura perda de tempo. Atacar a fé de alguém é pura questão de mau gosto.

Fé, temos todos – até um ateu como eu tem fé; se esta se caracteriza, precisamente, pela impossibilidade de provar a existência de alguma coisa (neste caso, Deus), também eu não posso provar que ele não existe.
Logo, ser ateu é uma questão de fé.

Nunca me lembraria de fazer um boneco do Papa com um preservativo no nariz, o que, sendo um acto de livre expressão, não deixa de conter a sua boa dose de provocação inútil, nesta minha perspectiva.

Porém, Europeia que sou, vivo essas questões com normalidade.

Daí que olhe com profunda estranheza a orgia incendiária que vai no mundo árabe por causa dum filme que, supostamente, insulta o profeta Maomé.

Dias a fio, e saltando de país para país, aquela turba movida por uma sanha assassina incomoda-me, por mais que respeite outras culturas e civilizações.

Ontem, dei comigo a pensar: e não terão mais nada que fazer?
Respondi-me de imediato: se calhar não têm mesmo.


segunda-feira, maio 14, 2012

Entre Fátima e Madrid

Ontem à hora de almoço, quando liguei a televisão para ver as notícias, os três canais generalistas estavam ainda a transmitir imagens de Fátima.

Lembrei-me que em 2010, com o Papa por cá, li isto, bem divertido, no blogue jugular:



O temor de um simples mortal

 A RTP 1 transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
 A SIC transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
 A TVI transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
 A RTP África transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
 A TSF transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
 A Rádio Renascença transmitia em directo as cerimónias de Fátima.
Tive medo de ligar a torradeira.


Este ano estiveram em Fátima 300 000 pessoas, bateu-se o recorde de venda de velas, e isso diz muitíssimo sobre “o estado a que isto chegou” como diria o Salgueiro Maia.

Se há pouco tempo, e a propósito do Pingo Doce, escrevi aqui que por vezes me envergonho duma parte da sociedade portuguesa, o mesmo não sinto em relação a estes que peregrinam até Fátima.

Desprovida que sou de qualquer tipo de fé, tenho um profundo respeito por quem a tem convictamente, sem fundamentalismo ou desejo de conversão do próximo.
Este povo simples que reza, pede, agradece, promete, tem esperança e acredita é genuíno (embora passivo), e merece o meu respeito.

Isso não invalida que, no mesmo telejornal, eu me tenha sentido irmã, não dos meus compatriotas que se conformaram em Fátima, mas dos espanhóis que, inconformados, ocuparam a Puerta del Sol em Madrid.