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sexta-feira, março 22, 2013

Antes Fria


Eu acho que a “coisa” está a ficar, subitamente, muito preta.

É assim como uma enorme trovoada, daquelas que chegam quase sem aviso, enegrecem o céu e produzem enxurradas capazes duma enorme devastação.

O Eurogrupo, (que é como quem diz, Merkel, o seu ministro das finanças e alguns países/boys), resolveu tratar Chipre à estalada, mas com humilhação pública. Não era costume. O costume era fazer como tem sido feito connosco: na ferida vai-se deitando sal e vinagre, um pouco todos os dias. O doente geme, a ferida vai gangrenando, mas não há escândalos públicos, é tudo em família.

Desta vez, em relação a Chipre, devem ter fumado umas ganzas pela noite fora, decidiram resolver o assunto à chapada mas, no meio da trip esqueceram-se de duas coisas importantes.

A primeira é que os cipriotas podiam ter alguma coisa a dizer sobre a sua vida, mas isso já é habitual neles; mais grave é que se esqueceram que do outro lado da cerca está uma vizinha, chamada Rússia, que gosta de soltar os cães

Agora está tudo à nora.

O metro e meio de Medvedev já chama burros aos europeus nas bochechas do Barroso (felizmente este é homem de grande estômago e tudo engole desde que o deixem ficar onde está), o BCE avisa que ou cipriotas fazem como lhes mandam ou fecha a torneira na segunda-feira, os ministros das Finanças reúnem de urgência por teleconferência, e a democracia na Europa está cada vez mais semelhante a uma batata.

Parece que toda a gente está a medir forças com toda a gente. Voltaremos à Guerra Fria? Estou tentada a desejar que sim: é que temo que “isto” aqueça.
Antes fria. Chiça!