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sexta-feira, janeiro 28, 2011

Criancinhas, caixões e gritaria


Vai por aí grande gritaria sobre o financiamento dos colégios privados.
Fazem-se manifestações de muito mau gosto na defesa destas “parcerias público-privadas” que, como muitas outras,nos têm arruinado.
Assim, sem filosofias, o que me apetece dizer é:
Defendo e defendei sempre a escola pública.
Nada tenho contra os colégios privados.
O Estado deve assegurar igualdade de oportunidades para todos.
Quem quiser mais do que isso deve pagá-lo.
O Estado gasta mais com uma turma do ensino privado do que com uma turma do ensino público.
O Estado financia colégios em locais onde há oferta pública suficiente.
O Estado fechou, nos últimos anos, inúmeras escolas públicas, numa tentativa de rentabilizar os recursos existentes.
A minha “liberdade de escolha” com o dinheiro do Estado é infinita.
O poder da Igreja está à vista.
O Estado deve rever estes contratos de associação, SIM

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Contra a Corrente

Conheço alguém, com 27 anos, que sabe muitíssimo sobre a Regeneração (assunto abordado aqui ontem), e que me poderia dar várias lições sobre esse período da nossa história.
Vem isto a propósito de toda uma faixa etária de portugueses, situada entre os 25 e os 35 anos, filhos dos que em Abril de 1974 tinham mais ou menos essa mesma idade.
Eles, no seu conjunto, constituem a geração portuguesa mais instruída de todos os tempos. Nunca em Portugal tantos souberam tanto. Nunca em Portugal tantos foram à escola como depois de 1974 e essa é uma das grandes conquistas de Abril. Oiço dizer que não sabem escrever, que, agarrados às máquinas, não sabem fazer contas, que são incultos. Não subscrevo estas críticas, apesar de lhes reconhecer alguma verdade, porque acho que eles sabem outras coisas e de forma diversa.
Muitos fizeram licenciaturas, mestrados, doutoramentos, viajaram, fizeram InterRail e Erasmus, viram o mundo e outros povos e nisso perceberam que em nada são inferiores a ninguém. Portugal precisa (muito) deles e é injusto chamar-lhes geração nem-nem (os que não estudam nem trabalham) porque já todos estudaram alguma coisa e, se não trabalham, é porque a economia ainda não percebeu o quanto tinha a ganhar com a sua plena integração no mercado de trabalho.
Hoje, somos um país diferente e melhor do que éramos em 1974, porque eles estudaram, porque os que fizeram o 25 de Abril se empenharam em que eles estudassem, mesmo apostando às vezes no cavalo errado – um cavalo muito caro para a qualidade que detinha.
Sendo certo que temos cerca de 57 000 licenciados desempregados, existem 1 059 600 licenciados que têm emprego (segundo artigo de Nicolau Santos no Expresso de 21 de Agosto de 2010).
Ao contrário do que muito se vai ouvindo por aí, vale a pena estudar e desponta em mim um contentamento bem contente quando um homem de 27 anos (um jovem, portanto, e que não se formou em História), me pode ensinar umas boas coisas sobre a Regeneração.