Amiguinhos, isto por aqui funciona mais ou menos assim:
Se mandarmos fazer uma chave, é muito raro que ela rode na fechadura; geralmente temos que voltar à loja para dar “uma afinadela”,
Se chamarmos um operário ou técnico a casa, não falha que
nos peça qualquer coisa; pode ser o martelo, o escadote ou a chave inglesa, e
se não tivermos ele vai buscar e só volta quando deus quiser.
Quando chega a altura do IRS há um monte de telefonemas que
é preciso fazer porque ninguém enviou os papéis que a lei diz que tem que enviar.
Quando vamos buscar qualquer coisa no dia aprazado é muito raro que esteja
pronta. Venha amanhã, pode ser?
Quando vamos a uma repartição pública, nunca vamos só uma
vez porque falta sempre qualquer documento ou oficiozinho.
Se pretendermos contactar fulano ou sicrano ele está sempre
em reunião; isso exige vários telefonemas mas alguma vez ele há-de atender.
Se se precisar preencher um formulário na internet, o
servidor está sempre demasiado ocupado.
Daí, quando perguntamos a alguém “como está?” a resposta é, só pode ser, “vamos andando”. E podem acreditar que andamos mesmo muito.
Sei que é assim, mas sobre as causas disto tudo nada digo porque só tenho umas desconfianças que podem nem ser verdadeiras, e eu não Minto, não Engano, não Ludibrio.
Quê, não sabem o que é “ludibrio”?
Meus queridos, perguntem ao avô porque o vosso pai deve
estar em reunião e eu agora tenho que ir “afinar” a chave.