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sexta-feira, novembro 22, 2013

Beijos fardados e “às armas” à civil










 
 
 
 
 
 
 
 
Já hoje vi escrito que ainda um dia me vão perguntar onde é que eu estava na noite de 21 de Novembro 2013, dada a importância da data.

Peço licença para discordar da importância e responderei, na eventualidade pouco provável de a pergunta vir a ser feita, que estava em casa a ver televisão. E o que viram os meus olhos?

Uma coreografia policial de pouca qualidade.

Eles subiram, confraternizaram com beijos, abraços e apertos de mão, desceram, e foram jantar que já se fazia tarde.

Foi giro, e eu até fiquei ali um bocado diante da televisão a ver se, afinal, era a bófia que ia rebentar com aquilo tudo, mas qual quê?

Estavam combinados, são todos amigos e gente de paz. Só não sei com que argumentos irão dar na cabeça dos próximos que quiserem subir as escadas.

Também vi, claro, Mário Soares a gritar “às armas” na sua peculiar forma de cantar o hino, e nele vi ainda um idoso, bastante idoso, com muita raiva e cheio de ódio ao outro homem que agora ocupa o lugar que já foi seu – a Presidência da República.

A sala estava cheia de gente duma faixa etária que a coloca mais p’ra lá do que p’ra cá, e que não tenho a certeza que tenha percebido o quanto o mundo mudou, e com ele as pessoas, evidentemente, as suas opções e as suas formas de participação cívica.

De qualquer forma, aquilo deve ter sido um serão tão agradável como inócuo; a prova disso está na ausência de chamadas de capa para a notícia em todos os jornais do dia (apenas o DN o faz).

Devo estar a ficar demasiado céptica, quando não cínica, porque os acontecimentos de 21 de Novembro, aos meus olhos, nada mais foram do que risíveis, e amanhã já ninguém se lembra.

 
Nota: a imagem foi roubada ao João Tunes no Facebook