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segunda-feira, abril 16, 2012

A escola do Nuno

Não se pode negar que o Ministro da Educação tem lá as suas ideias sobre a escola. Homem certamente saudoso do tempo feliz da sua infância nos longínquos anos 50/60 do século passado, imagina as maravilhas do regresso a essa escola. Por isso decide:

- Turmas de 30 alunos, e de 26 para o 1º ciclo.
Para se aproximar mais da escola do seu tempo podia até fazer turmas com as quatro classes, como antigamente acontecia lá na aldeia onde uns aprendiam e outros iam guardar porcos.

- Exames da 4ª classe.
Antigamente a 4ª classe era o fim da linha de estudos; agora ainda vão estudar mais oito ou dez anos mas é bom que se habituem a chumbar logo cedinho.

- Turmas de crânios e turmas de burros.
Aqui o ministro foge às regras do passado – os burros lá atrás e os espertos à frente; mas talvez esta seja uma nova forma de escola inclusiva, quem sabe.

- Fim das provas especiais para alunos especiais.
Esta é mesmo inclusiva. Não queremos cá estigmas, aqui é tudo igual (e desumano) como no tempo do senhor ministro.

E pronto, com umas poucas ideias bafientas se reforma o ensino do século XXI à luz do maravilhoso ensino de meados do século XX.

Se bem entendo, para o senhor ministro a vida não mudou nada, a sociedade não mudou nada, a escola (seu reflexo) não mudou nada, e o melhor mesmo é voltarmos aos saudosos anos 1950.
Ditosa pátria que tais ministros tem.


sexta-feira, outubro 07, 2011

Umas mentes brilhantes

A troika mandou o governo cortar 195 milhões de euros na educação mas este decidiu cortar 600 milhões.
Já não é só um bom aluno, é, verdadeiramente, “Uma Mente Brilhante”, daquelas muito esquizofrénicas mas capazes de dar uma abada a qualquer professor das reputadas escolas de negócios - FMI, BCE, FEEF ou até da suprema Escola de Chicago.
Valham-nos os santos protectores dos estudantes, (ao que sei, mas talvez mal), Santa Catarina de Alexandria e Santo Expedito.
Não sei porquê, levo mais fé no último.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Nós por cá, todos na mesma (ou quase)

Neste post do seu blogue A Terceira Noite Rui Bebiano analisa um estudo recente sobre o crescente interesse dos jovens portugueses pela leitura. Desconfia do dito estudo, e eu com ele, mas permito-me discordar, quando pergunta o que acontecerá nas outras áreas de estudo se na das letras (que conhece melhor) se lê tão pouco; pela minha experiência pessoal de contacto com jovens, posso garantir que os das áreas científicas são mais interessados, curiosos, lêem mais e fazem perguntas mais pertinentes.
Logo de seguida li a notícia do Expresso online com o título Plágio alastra nas universidades portuguesas em que se diz que 70% dos universitários portugueses confessam já ter copiado.
O que há de comum nesta notícia do Expresso e no post de Rui Bebiano ? Nada e quase tudo.
Se é certo que se lê pouco agora, também o era no tempo em que Rui Bebiano e eu própria éramos estudantes – a maioria não punha o olho num livro a menos que a isso fosse obrigada. Havia excepções, havia até grandes leitores, tal como hoje.
No mesmo tempo passado também se copiava, por vezes com muita arte e imaginação, tal como se copia hoje.
Contudo, com 100% de jovens no ensino obrigatório e quase 400 000 no ensino superior (e com o esforço financeiro que fazemos para que tal aconteça), seria de esperar uma muito mais profunda transformação dos comportamentos no que respeita à leitura e à busca de conhecimento.
Quanto ao copianço, é do domínio da ética e essa, como se sabe, já há muito tempo que saiu da generalidade da sociedade portuguesa viajando para parte incerta. Duvido mesmo que volte.
Assim sendo, e foi aí que encontrei afinidades entre o post e a notícia, podemos concluir que, pesar das inúmeras melhorias, a nossa evolução em muitos domínios é mínima, ou seja, nós por cá estamos na mesma (ou quase). A diferença é apenas de escala.

quarta-feira, agosto 31, 2011

Sueco não bate em menino.Talvez menino bata em sueco.

Eu cá sou do tempo da lambada. Não aquela dança do século passado, mas aquela outra sinónima de estalada. A minha mãe tinha a mão leve e muita pontaria com ela; nunca caíam no chão. Umas eram justas e outras injustas, mas isso é pecado e dúvida que todos os pais carregam.
D. Luísa, da mesma geração, costumava dizer-me que até aos 5 anos há uma ligação directa do rabo ao cérebro – uma palmada no rabo e acende-se uma luz no cérebro. Criaram filhos, 10 no total, de todos se orgulham e todos se orgulham delas.
Segundo notícia do Jornal de Notícias, um italiano de sangue quente, estando de férias na gélida Suécia, deu uma estalada no filho de 12 anos que estava a fazer uma birra na rua (e provavelmente a incomodar todo o mundo à sua volta) e isso é PROIBIDO na Suécia.
Logo, o italiano foi preso e vai ter de ficar na Suécia até 6 de Setembro, dia em que vai a julgamento.
Uma coisa é espancar um filho e outra bem diferente é dar-lhe uma estalada se está a fazer uma birra, acho eu, mas os assépticos suecos acham que é tudo igual. Ou muito me engano ou eles ainda vão conseguir transpor isso para a legislação comunitária, como a calibragem dos peros, e cá a malta de sangue quente vai ficar bem lixada.