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quinta-feira, julho 11, 2013

O oráculo de Belém

O oráculo de Belém falou ontem à tardinha.

Como é normal, logo apareceram pitonisas aos montes para decifrar a arenga, mas parece que cada uma ouviu sua coisa e, por isso, não se entenderam muito bem.

Não sou menos que as outras pitonisas e também tenho cá a minha interpretação “da coisa”, ou seja, do oráculo.

Este enumerou os malefícios das eleições se elas não forem como ele as quer.

Exige um governo de operários do PSD, CDS, e PS que executem o seu próprio programa, mas só até ao momento que acha adequado, ou seja, daqui por um ano.

O oráculo reconhece três partidos e ignora todos os outros.

O oráculo tratou o governo pior que cachorro tinhoso.

O oráculo continua a ter a língua grande e eu continuo a achar que lha devíamos cortar.

O oráculo não percebeu que o tempo dele passou porque, no tempo certo, não se deu ao respeito.

Quando estudei sobre o oráculo de Delfos, e era uma catraia, aquilo meteu-me medo. A caverna, a fenda, as fumarolas, as pitonisas que podiam morrer.

Este oráculo que nos calhou em sorte, o de Belém, é uma caricatura risível do que me metia medo.

Mas eu acho que sei o que ele quer: vai querer dizer-nos que teve que escolher alguém de fora para governar porque os partidos não se entenderam como o país precisa.

Veremos que tal me saio como pitonisa.