Banalizámos
os pedidos de demissão, pedem-se muitas vezes, pedem-se vezes de mais, talvez
porque toda a gente sabe que não serão atendidos por parte dos visados.
O poder está
absolutamente seguro de que os cães (nós) ladram e a caravana (eles) passa, e
assim permaneceremos entretidos, uns a ladrar e outros a passar.
Sabemos que
não é assim em democracias sólidas, “velhas” e com opiniões públicas fortes e
mais ou menos esclarecidas.
Prova disso
é esta notícia do ex-ministro e actual deputado inglês, que foi obrigado a
demitir-se por conduzir em excesso de velocidade. É claro que a totalidade da
história também mete sexo e mentiras, mas Chris Huhne declarou que a sua
renúncia ao Parlamento era a única atitude adequada a tomar após a condenação
pela infração.
Por esse
mundo fora, as pessoas não são melhores que nós, prevaricam como nós, mas
demitem-se quando são apanhadas.
A diferença
não é pequena, quer na qualidade da democracia, quer na do ar que se respira.