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sexta-feira, setembro 28, 2012

Vida e morte dos portugueses

Eu, confesso, não gosto muito deste nosso espírito, por vezes demasiado pequenino, que nos faz tomar como ofensa tudo o que seja o bem-estar dos outros.

Porém, quando a revolta com a magnitude das injustiças toma conta deste pedaço que sou eu, também sou capaz de resvalar para a demagogia e populismo.
Logo, eu pecadora me confesso.

Vem isto a propósito da conclusão do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida que defende que o Ministério da Saúde pode e deve limitar o acesso aos medicamentos mais caros para tratar doenças como o cancro ou a sida.

Diz o médico Miguel Oliveira da Silva, presidente do dito Conselho : "não só é legítimo como, mais do que isso, desejável. Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo" (notícia aqui).

Sabemos, de experiência feita, que para os 21 elementos deste órgão e seus familiares, nunca haverá desperdícios. Quanto ao resto da escumalha, eles decidirão caso a caso quem deve viver e quem deve morrer.

Apetece-me gritar: valha-me nossa senhora que estamos entregues a um bando de bestas que diz tudo o que lhe vem à cabeça, mas, ao evocar a santa, logo  me ocorreu perguntar o que pensará disto, por exemplo, monsenhor Feytor Pinto, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde, e que ainda na quarta-feira vi entrar na sede do Movimento de Defesa da Vida, ali na Rua da Beneficência, saído dum belo Audi prateado, com motorista e vestido por Rosa e Teixeira ou aparentado; o cabeleireiro não sei quem será mas posso assegurar que o corte era excelente. Lá ia ele, todo lampeiro, defender a vida.

Desperdícios, são muitíssimos, sim, mas é com as mordomias deles todos.
Pata que os pôs, que até me fazem ser populista e demagoga.

PS: parece que a pilha da indignação já está quase carregada, e ainda bem.
Preciso da carga toda para amanhã.