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segunda-feira, dezembro 01, 2014

A longa marcha













 
 
António Costa é, finalmente, secretário-geral do PS.

Não foi pequena a caminhada, e respectiva dose de esforço, que António José Seguro lhe impôs para aqui chegar − quase meio ano nos separa das europeias que desencadearam o processo que ontem terminou.

Os termos ditados por Seguro foram à sua medida – grandiosos nos tempos, mesquinhos nos objetivos. Costa aceitou prazos absurdos, percorreu concelhias e distritais, debateu na televisão e encaixou ataques pessoais de baixo nível, mobilizou militantes e simpatizantes para as primárias que ganhou “sem espinhas”.

Depois, julgo que houve directas e, a uma semana do congresso, cai-lhe no colo a pior notícia possível − a prisão de José Sócrates. Se estremeceu, não demos por nada, antes aproveitou a situação para dar provas de grande acuidade política e capacidade de liderança.

Por fim, agarrou um congresso que ameaçava decorrer com o entusiasmo dum velório.

 O seu discurso de encerramento mostrou um líder forte a fazer uma inusitada viragem à esquerda.
Por uma (boa e inesperada) vez, foi um discurso que alguém como eu gosta de ouvir. Aguardemos então pela acção, que é o que, verdadeiramente, conta.

Em breve António Costa começará o circuito da carne assada, fazendo duas voltas ao país, enxotando o fantasma de Sócrates, que quererá assombrá-lo ao virar de cada esquina, e tentando passar uma mensagem que agrade à esquerda sem assustar o centro.

Habituado que está à “Quadratura do Círculo”, talvez consiga.
Se se fizer eleger primeiro-ministro, terá passado um ano e meio de grandes trabalhos.

Simpatizo sempre com gente que luta por objectivos no meio das muitas dificuldades que lhe vão sendo plantadas no caminho.

Hoje, António Costa merece o meu respeito.
Até agora, nesta caminhada, nada para ele foi fácil.