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terça-feira, outubro 11, 2011

Sem esforço e sem trabalho, disse ele

Na sua crónica da última página do Expresso de sábado passado, Henrique Monteiro discorre sobre “O País que já foi rico”.
Depois de escrever sobre o grande investimento que foi feito em equipamentos nas últimas década, e do dinheiro que não há hoje para os manter (tudo verdadeiro), lá mais para o fim moraliza:
“Quisemos viver bem mas nunca em função do nosso esforço e trabalho”.
E eu interrogo-me: estará falando de quem? da grande massa de portugueses que ganha, em média, 700 euros? dos patrões? dos governantes? ou de si próprio?
Como se limita a largar a sentença moral e vai embora, fiquei a pensar
como seria realmente bom se o cronista despendesse algum esforço e trabalho ao escrever as suas crónicas.
É que, para escrever banalidades e generalidades que não primam pelo rigor, já estou cá eu e mais as Selecções do Reader’s Digest.

quarta-feira, março 23, 2011

Comentar de novo o comentador Sousa Tavares

Lembro-me dos anos 1990, quando eu comprava o Público todos os dias e à 6ª feira (julgo) havia a crónica de Miguel Sousa Tavares. O articulado do seu pensamento e escrita valia todo o jornal do dia.
A crónica que publicou no Expresso do dia 19 de Março é, por sua vez, uma pérola de snobeira, cinismo e pensamento simplista.
É dedicada, toda ela, ao sábado, dia 12, em que passou o tempo agarrado à TV a ver as desgraças do Japão e a comparar isso com a piroseira e possidonice do que por cá se passava.
Fala, embevecido, das empregadas de supermercado japonesas que viu a segurarem as prateleiras “ a defender o seu posto de trabalho”; eu também vi e achei que elas estavam a ver se aquilo passava e se a tralha não lhes caía toda em cima, que é o reflexo humano normal num momento como aquele.
Fala também das maravilhosas criancinhas e seus professores que continuaram a sua labuta pela educação, fazendo o contraponto com os malandros dos professores portugueses, por quem desenvolveu um muito ativo ódio de estimação.
Fica a ideia que, para MST, nesse dia todos devíamos ter ficado em casa a chorar, e talvez a rezar, pelo Japão como, certamente, os japoneses fariam por nós se fosse ao contrário. Devíamos pôr os olhos no Japão e segurar as prateleiras em defesa do posto de trabalho!
Depois, dedica-se à manifestação desse dia que tantos engulhos lhe tem causado. E aquilo é um lençol cheio de ressentimento contra quem se manifestou na rua; talvez seja natural em quem envelhece pardo, sem entusiasmo e longe do engajamento que o caracterizava.
Tudo comenta com um toque de intelectual snob, muito acima da “rua” pífia, e um cinismo que é o pior defeito de qualquer comentador.
É demasiado duro o que digo? Pois afirmo que não é nada, comparado com o que sinto quando o vejo derramar tanto fel sobre o seu país e os seus compatriotas.
Dar-lhe-ia um conselho simples se ele me lesse – emigre, Miguel. Os tempos que aí vêm são só para resistentes e você é um desistente. Além disso já cá temos o Medina Carreira, o original e, logo, não precisamos de cópias de segunda ordem. Por mais letras azedas e de bota-abaixo que alinhe na enorme folha que o Expresso põe à sua disposição nunca deixará de ser uma cópia e, como sabe, as cópias não têm valor de mercado.

segunda-feira, março 14, 2011

Ainda o comentador

É justo dizer que, no Expresso de sábado passado (dia 12), Miguel Sousa Tavares pediu desculpa aos leitores pelos erros dos seus comentários, na SIC, no dia 7 de Março, a propósito da agendada manifestação de dia 12 de Março
Ora, sabe-se que MST é mais visto na SIC, onde teceu os comentários, do que lido no Expresso, e que o público não é exactamente o mesmo.
Porém, hoje, no telejornal, nada o ouvi dizer.
Admito que me tenha escapado!

quinta-feira, março 10, 2011

Homens da Luta

Há anos que não via o Festival da Canção mas, este ano, fui ouvindo. Não vou, sequer, usar adjetivos. O festival teve os seus tempos de glória antes do 25 de Abril mas, hoje em dia, não passa da apoteose da dissonância mal-amanhada. Em termos europeus, tornou-se uma festa de adolescentes retardados em que vizinhos fazem declarações de amor aos vizinhos, sobretudo os europeus de leste. Chega a ser patético de tão despudorado.
A canção que ganhou este ano, e que tanta celeuma está a levantar, não sei se voluntária ou involuntariamente não podia representar melhor aquilo que hoje em dia domina o país – mau gosto, mediocridade, alarvidade, mas também um grande desejo de contestar.
A canção apenas é tão má como todas as outras, mas o voto do público foi político.
Espanta-me, porém, que alguns intelectuais estejam tão incomodados e possam até dizer, como ouvi Miguel Sousa Tavares na SIC, que não se percebe como se vai cantar esta canção para uma plateia de alemães de cujo dinheiro precisamos. É verdade que precisamos, mas também é bom ir sempre recordando que a Alemanha já precisou muito do dinheiro dos outros pelo menos em duas ocasiões – para se levantar dos escombros da 2ª Guerra Mundial e para fazer a sua reunificação.
Ora, se já custa um bocado ver Sócrates ir ao beija-mão da Merkel, que não representa a Europa mas manda na Europa, a mim custa-me ainda mais ver e ouvir alguns intelectuais, que se gabam de ser espíritos livres e democráticos, achando que nos temos de autocensurar diante dos alemães. Isso sim, é coisa que até dá pele de galinha.
No fundo, no fundo, toda a gente acha que a contestação a sério pode estar aí a chegar e há muitos que, só de pensar nisso, tremem de medo.
Estão bem na vida, acham que o país está mal, não gostam de pagar tantos impostos mas gostam ainda menos da perspectiva de o “povo sair à rua num dia assim”.
Estou convencida que nada de sério ou grave vai acontecer mas, que eles estão com medo, lá isso estão. E, se a subserviência é sempre uma coisa muito triste de se ver, vinda de quem se "vende" como livre e independente é, não só triste, como confrangedora.

segunda-feira, março 07, 2011

Comentadores

Já hoje aqui escrevi sobre as confusões de Mário Soares. Acontece que, no telejornal da SIC, Miguel Sousa Tavares comentou o mesmo assunto nos mesmos termos. Voltei a achar que eu é que estava enganada, voltei a ler tudo e voltei ao princípio. Os nossos comentadores estão preguiçosos e não lêem os documentos, ou tentam a desinformação?
Vou pela primeira hipótese. Hoje, Miguel Sousa Tavares até falou na necessidade de o Conselho de Segurança da ONU convencer A UNIÃO SOVIÉTICA a não vetar qualquer coisa. Uma pessoa pasma! Mas isso não deixou de existir há mais de 20 anos?
Ficamos com a ideia que, também eles, só pensam em ganhar uns trocos e despachar o serviço.