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sexta-feira, maio 04, 2012

Pensamento de rico em país de pobre

Cada vez percebo menos disto tudo. Depois de me terem azucrinado a cabeça durante anos dizendo que vivemos acima das nossas possibilidades, entra em vigor uma medida que não permite aos carros mais antigos e “poluentes” circularem na maior parte da cidade de Lisboa.
Qualidade do ar, dizem eles; diretivas europeias, dizem também.
Se bem conheço os portugueses, quem anda num carro de 1992 ou 1996, na maioria das vezes não o faz por amor ao objecto, mas porque não quis endividar-se para comprar outro, ou seja, não quis viver acima das suas possibilidades.

Aprendida a lição moralista, pensávamos agora que isso é que estava certo, mas, afinal, também não está, e o chicote está sempre pronto para usar nas costas dos mesmos.

Os nossos padrastos europeus, lá do alto das suas muito correctas inquietações dizem-nos: sofram, paguem as dívidas com o juro que nós quisermos, entreguem a casa ao banco, matem as galinhas poedeiras, comam da caridade e deitem fora a carripana.

Diretivas europeias, dizem os senhores da Câmara.
Pensaram em adiá-las mais um pouco? Sim, alguns pensaram, e até houve quem votasse contra a sua entrada em vigor.
Por o momento ser mau?
Ora, ora, santa ingenuidade. Não foi nada disso.
Foi apenas porque no Código da Estrada não há sinal para tal proibição.