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segunda-feira, setembro 01, 2014

Zé, o patinho feio





O que é que tem o Zé? O que é que o Zé não tem? Por que odeiam o Zé? Por que “chicoteiam” o Zé?

Da direita à esquerda, dos respeitáveis comentadores à populaça das redes sociais, é tudo ao despique a ver quem mais açoita o José Sá Fernandes.

Escreve-se que é um desgraçado, um parasita, um ignorante, um autocrata, que estará, quiçá, ao serviço de interesses ocultos. É tal o desbragamento de discursos, até em pessoas geralmente sensatas, tanta a antipatia bolçada, quando não mesmo uma clara exposição de ódio figadal, que somos levados a acreditar que o Zé não passa dum meliante que devia era estar na cadeia.

Ora, por toda a parte leio que Lisboa está na moda.
As revistas, jornais e sites de turismo desfazem-se em elogios e boas classificações que as redes sociais, com orgulho, tratam de amplificar.

Lisboa soube criar os meios para alcançar a fama e tem, decerto, colhido o proveito em termos de receitas turísticas.

As melhorias realizadas na cidade nos últimos anos serão fruto do pensamento, vontade e trabalho de muita gente, entre a qual está, não duvido, o vereador José Sá Fernandes com o pelouro de espaços verdes e espaços públicos. Donde, a sua contribuição para este sucesso não será despicienda, creio.

Então, o que é que tem o Zé? O que é que o Zé não tem? Por que odeiam o Zé? Por que “chicoteiam” o Zé? Por que é que o Zé é o patinho feio de Lisboa?

Se calhar o Zé é antipático, não sei, e lá terá as suas coisas, como toda a gente, pode até ser um agente infiltrado, quem sabe, mas a sanha gerada por ter dito que não ia recuperar os brasões das ex-colónias nos jardins da Praça do Império é insensata, peçonhenta e desproporcionada.

Por cá, há um dogma de raízes fundas − o património não se discute; no património não se mexe, mesmo que seja um património floral passível de se fazer, desfazer e refazer. Muito menos se discute o que é o património. Ou se procura distinguir o passado preservável do descartável.

Ficamos contentes só de bater no Zé.
Porque a imprensa não gosta do Zé. E o resto da malta, sendo assim, também não gosta do Zé.

O que, aqui chegada, me aumenta o desconforto é a doçura mansa com que, por contraste, outros políticos continuam a ser tratados, quer pela imprensa quer pela malta.

Refiro-me, especificamente, ao decano dos tunantes da política portuguesa – Paulo Portas.

Este, para além de ser figura de proa da comissão liquidatária que há três anos arrasa todo o nosso património, não só o físico mas também o social, o moral e o cultural, tem no seu passado e no seu presente políticos muitas coisas que conviria apurar.

Porém, sobre ele, nada!
Já me convenci de que, por mais comissões daqui e de acolá que haja, nunca assistirei à ida do “submarino ao fundo”.

Para compensar, e porque nem tudo no jornalismo é omissão, poderei sempre continuar a assistir ao apedrejamento do Zé, ainda mais agora que o malandro anda a dar cabo das flores.