Mostrar mensagens com a etiqueta Bloco de Esquerda. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bloco de Esquerda. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, outubro 01, 2014

Pergunta que talvez ofenda


 
Pode a esperança até ser pouca desde logo, mas PCP e BE não perdem tempo a arrasar-nos o ânimo.
Espertos e vivos como ninguém, madrugam a enxergar a direitice dos outros.

Reparemos no que dizem:
João Semedo disse no Fórum Socialismo 2014 que o resultado das primárias não é mais que a "alternância" e que "nasça o que nascer" do último domingo "há uma coisa que não vai nascer, é uma alternativa de esquerda". O PCP vê "a quase total identidade de propostas e projecto dos dois candidatos com o percurso e alinhamento do PS ao longo dos anos com a política de direita". (no i)

Trocado por miúdos, confirma-se:
PC e Bloco não quererão governar NUNCA! Sozinhos não conseguem, com o PS Deus os livre!

Estão no seu direito mas, então, quererão fazer a revolução?
Também não − três anos terríveis passados e nem uma intifadazinha os vi começar.

Reflexão cada vez mais frequente com pergunta que talvez ofenda:
Para que nos vão servindo estes partidos, a nós, gente de esquerda?

quarta-feira, setembro 04, 2013

“O Bloco já não é bom como o milho”, sentença do Henrique

A discussão sobre o piropo, iniciada no Bloco de Esquerda e que na semana passada tomou de assalto as redes sociais, proporcionou, a quem a acompanhou, a leitura de muita parvoíce, é certo, mas também a constatação duma capacidade argumentativa, por parte de inúmeros anónimos, capaz de fazer inveja a muitos deputados, demais políticos e comentadores.

Sabe-se que há o inocente piropo do tipo galanteio, o piropo ordinário que é realmente uma agressão à mulher, e o piropo geralmente ordinário com que eles e elas, hoje em dia, se “mimam” uns aos outros de igual para igual. Tudo isto se pode discutir, sim, e em qualquer altura, mesmo se temos problemas mais prementes por estes dias.

Tudo isto também dá pano para mangas, e o Henrique Raposo tem tanto direito a gastar deste “pano” como todos os outros, mas podia contribuir para a discussão com alguma ideia que se aproveitasse, se fosse capaz, claro.

Não foi, como de costume, e voltou a barricar-se na piadola de rapazola alarve e na preguiça mental, servindo-se do assunto apenas para mandar mais uns coices de macho latino ao Bloco de Esquerda sobre as gajas” boas como o milho” que este tinha mas já não tem.

E termina sentenciando: “buço por buço, prefiro o da Odete Santos”.
Eu podia aqui escrever que “buço por buço”, prefiro o da mãezinha dele, que deve ser uma santa senhora. Mas não digo, não digo, não digo.

Só me pergunto por que será que o BE, que até tem fraca expressão eleitoral e nunca chegará ao poder, incomoda tanto esta gente? Terão medo de quê?

Francamente não sei o que me deu na 2ª feira para me pôr a ler a crónica online do rapaz, coisa que raramente faço, mas devo aqui confessar uma coisa:
Eu, que sou de esquerda, costumo apreciar um gajo de direita que saiba argumentar. Acho isso sexy, pronto.

No caso do Raposo, porém, a sua escrita nem um saco lacrimal estimula.



segunda-feira, junho 20, 2011

O BE vai implodir?

O desaire eleitoral do Bloco, para quem está de fora, era esperado. Nos últimos tempos de Sócrates, as linhas orientadoras do Bloco foram erráticas, inconsistentes, quando não arrogantes.
Quando nasceu, o Bloco foi uma esperança para todo um eleitorado de esquerda, na sua maioria educado e urbano, que já não se revia nos tradicionais partidos de esquerda. E conseguiu ser uma esperança transversal a várias gerações.
Era também alguma coisa em construção (como a Europa), nascido da vontade de entendimento entre vários pequenos partidos de esquerda, até aí sempre de candeias às avessas uns com os outros. Era, enfim, uma esperança, ainda que de contornos pouco definidos, para todo um povo de esquerda que se sentia órfão.
Esta “criança”, foi crescendo e engordando, sempre acarinhada, até se tornar num adolescente que, subitamente, se confronta com a dura realidade da vida – ela não é fácil.
É então que os genes de todas as famílias dão prova de vida, todos ao mesmo tempo, e temos um adolescente perturbado, com borbulhas e dentes tortos, que tende a fechar-se na cave, culpando o resto do mundo e curtindo apenas, e só, a sua própria música.
Pode, sem dúvida, estar a viver apenas uma crise de crescimento que será ultrapassada, mas pode também perder-se na sua caminhada para a vida adulta.
Os mais recentes sinais não são animadores. Daniel Oliveira e Rui Tavares são duas excelentes cabeças que, nos seus blogues e jornais em que colaboram, têm procurado pensar o passado, e sobretudo o futuro do seu partido, em público e sem tabus. O que eles escrevem é política pura e séria.
À extrema correcção com que o têm feito, alguns dirigentes do partido começam a responder ao velho estilo da esquerda estalinista, o que não augura nada de bom.
O tal povo de esquerda órfão, educado e urbano, fartou-se exactamente disso dentro do PCP e de outros.
A grande discussão interna estará marcada para Setembro mas, a continuar assim por tão “maus caminhos”, este adolescente problemático pode nem chegar à idade de votar.