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quarta-feira, maio 09, 2012

Onde pára o nosso lítio?

Aos doentes já deram vários nomes, que eu saiba – ciclotímicos, maníaco-depressivos e agora bipolares.

É do conhecimento geral que a doença se caracteriza por períodos de euforia e períodos de depressão, ou seja, há dias em que o doente assobia na rua e outros em que se mete na cama com a cabeça tapada, podendo a passagem de um estado ao outro ser bastante rápida.

Eu acho que o colectivo dos portugueses padece deste mal. Ora somos os maiores, ora nos achamos abaixo de cão. Basta ver a facilidade com que, por aqui, qualquer um passa de bstial a besta. Esta sintomatologia também se revela quando elegemos governos. Uns são eufóricos, e outros deprimidos.

O governo de Sócrates era um claro exemplo da primeira fase − pensamento positivo e em grande; ainda me lembro muito bem de o ouvir na televisão a afirmar poucos dias antes de chamar os troikos: “Portugal tem dinheiro, nós não precisamos de pedir ajuda externa”. Fase eufórica, portanto.

Seguiu-se o governo de Passos e passámos à segunda fase, a da depressão.
Começou por nos mandar empobrecer, depois mandou os nossos filhos emigrar e agora, mais recentemente, mandou que nos habituássemos a viver com elevada taxa de desemprego. Fase depressiva, óbvio.

Parece que esta doença, que já teve tantos nomes, é incurável, mas o doente pode ter uma vida estável se tomar, sem falhas, a sua dose diária de lítio (não sei se é a mesma coisa que se usa nas pilhas Duracell), mas sei que é lítio.

O que pergunto é se não haverá por aí quem abra a bocarra deste país e deite lá para dentro a dose certa de lítio, a ver se conseguimos fazer a nossa vidinha sem ataques de euforia nem de depressão? E pode ser mesmo um genérico, que sempre é mais barato, uma vez que comer pilhas deve ser indigesto.
É que esta doença não mata, mas é muito difícil de aturar.