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quinta-feira, outubro 06, 2011

Querido comendador

Em Junho 2007 postei este comentário em blogue alheio. Passados quatro anos lembrei-me dele, agora que Berardo estrebucha. O que mudou? Bom, agora Berardo é 930 milhões mais pobre, só por conta do BCP, porque perdeu o nosso dinheiro (via CGD) nos jogos especulativos de que tanto gosta. As questões de princípio, essas mantêm-se. Convém ainda lembrar que a fundação que leva o seu nome, entre 2007 e 2010, foi financiada em 88% pelo Estado.


Em Maio de 2007, em Nova Iorque, a leiloeira Christie’s vendeu uma enorme tela de Mark Rothko por 53,5 milhões de euros.
Tinha sido comprada em 1960 por David Rockefeller, que na altura pagou por ela 7350 euros. Houve, portanto, um lucro descomunal em 47 anos de posse da tela.
Na mesma semana realizou-se em Portugal uma Assembleia Geral do BCP, da qual o velho Jardim Gonçalves saiu claramente derrotado.
À saída da Assembleia, as televisões mostraram um homem vestido de preto, punho erguido e ar de vitória. Era Joe Berardo.
Os jornalistas perguntaram-lhe:
- Amanhã vai comprar mais acções?
- Claro que vou, amanhã compro mais.
Não comprou. Mas as acções subiram 20% e ele acordou 50 milhões de euros mais rico.
Este português milionário, amante das artes e patriota, fez de tudo para que a sua colecção de arte ficasse em Portugal, pois ficaria destroçado se tivesse que a levar para França. Com o seu espírito de “mecenas”, conseguiu que o governo de Sócrates lhe desse, para começar, o centro de exposições do CCB para que ele nos empreste a colecção por 10 anos. Durante esses 10 anos o Estado vai pensando se quer comprar, com o dinheiro de todos nós, pela módica quantia de 316 milhões de euros (não há cá descontos), visto ser esse o valor atribuído à colecção pela leiloeira Christie’s.
Foi este o negócio conseguido pelo nosso milionário amante de arte.
O que fez Rockfeller com os seus 53,5 milhões? Doou-os para obras de caridade.
Parece que o Rockfeller é meio apalermado e tem muito a aprender sobre negócios cá com o nosso milionário/mecenas/tugo-madeirense.

Junho 2007