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sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Dormir com o porco


A leitura desta notícia deixou-me perplexa. Olhando para a senhora (ali na imagem) que escreveu o livro "Belle et Bête" depois de andar uns meses a dormir com o Dominique Strauss-Kahn, (Marcela Iacub, jurista, filósofa e cronista no jornal de esquerda "Libération") percebe-se que é uma francesa sofisticada, como, aliás, se espera de qualquer verdadeira francesa.

Lida a notícia, percebi que dormir com porcos deve ser uma tendência da moda e que a bela Marcela gosta e gostou.

Quando eu tinha direito de opção, falava-se em homens com cheiro a cavalo, mas mesmo isso nunca me atraiu – já aí eu me revelava uma pequena-burguesa sem imaginação, mas só agora, quando aprecio o desvelo linguístico usado pela madame para caracterizar o porco Dominique Strauss-Kahn, começo a realizar o que provavelmente terei perdido.

Diz ela: "O homem é horroroso, o porco é maravilhoso, mesmo se é porco (...) é um artista dos esgotos, um poeta da abjeção e da sujidade".

Olhei a foto de Strauss-Kahn e admiti a hipótese de estar a olhar, sei lá, um novo Celine, também ele um porco abjecto mas sublime escritor.

"O ideal do porco é o bacanal: ninguém é excluído da festa, nem os velhos, nem os feios, nem os pequenos (...) este comunismo sexual ao qual ele aspira como porco alegra-me". Diz a bela.

Que ternura. E que bem dito. Só não entendo o que será o comunismo sexual do DSK; ele não é socialista? Estará com desvios de esquerda?

Tudo o que a bela afirma leva-me a concluir que, bom mesmo, e sofisticado, é dormir com o porco, mas eu continuo a achar que o melhor do porco é o presunto, partido na hora, bem fininho, e comido com uma fatia de pão alentejano.

Perplexa, sim, com a minha pequenez de vistas, e também de estômago.