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quarta-feira, agosto 15, 2012

Devaneios


Neste feriado de Agosto com tempo tosco, estava eu a ler a notícia do casal que ganhou os 190 milhões no Euromilhões e a pensar com os meus botões qual a extravagância que me concederia.
Pensei: comprava uma tela assim (mas tela, mesmo) do Julião Sarmento.







 









Depois, pensei melhor e decidi que antes queria uma parede inteira com árvores do Julião Sarmento; qualquer coisa assim:

 














Mulher de gostos simples, euzinha!


quinta-feira, outubro 27, 2011

Pedro Morais no Chiado 8


Pedro Morais
MA - A dança dos pirilampos
EXPOSIÇÃO

De 31 de Outubro a 30 de Dezembro de 2011 | Chiado 8 (Lisboa)

Curadoria Bruno Marchand

Fruto de uma muito pontual presença nos circuitos artísticos, o trabalho de Pedro Morais (Lisboa, 1944) permanece, em grande parte, desconhecido do público português. Efectivamente, entre 1982 e a actualidade, a sua obra foi apresentada em pouco mais que uma dezena de ocasiões, algumas das quais em espaços ditos alternativos ou em formatos menos evidentes, como é o caso do livro. Longe de espelhar uma eventual relutância do artista em participar nos referidos circuitos, este facto prende-se sobretudo com uma singular ética produtiva: se, por um lado, Pedro Morais entende que o gesto criativo depende de uma resposta empática ao lugar que o acolhe, por outro, não abdica de salvaguardar essa mesma resposta face aos ritmos, às exigências e aos constrangimentos que pautam habitualmente os processos expositivos.
Não é de estranhar, portanto, que as noções de tempo e de acontecimento sejam transversais ao seu trabalho. Dando continuidade a um núcleo recente de obras, o projecto que Pedro Morais traz ao Chiado 8 assume os contornos de uma viagem. Estabelecendo o caminho como parte fundamental e significante deste encontro, o artista propõe como destino as experiências de um corpo instalado no espaço e dos múltiplos estímulos que dele emanam. Entre o que vê e o que ouve, entre o que sente e o que o interpela, poderá o visitante tomar parte na construção de um amplo gesto sinestésico, em cujo lastro talvez se revele, discreta e paradoxalmente, a mais clara expressão da invisibilidade.
Inauguração: 28 de Outubro, 22h

Retirado daqui

quinta-feira, março 31, 2011

Morreu o Ângelo



Era assim que todos falavam de Ângelo de Sousa; era simplesmente o Ângelo.
E o Ângelo era, a meu ver, o maior artista plástico no panorama da arte contemporânea portuguesa.
Apesar de serem as suas pinturas (aparentemente) monocromáticas, cruzadas por linhas rectas estruturantes, que o tornaram mais conhecido, nada lhe foi estranho e tudo dominou com mestria – pintura, desenho, escultura, vídeo, cinema, fotografia.
Figura maior na Arte, era também um homem singular, senhor de um humor ácido mas não isento de ternura para com a vida, o país e os homens. Era generoso e atento aos outros, que perscrutava com olhinhos vivos por trás dos óculos de lentes grossas.
Ao contrário de muitos outros conhecidos e reconhecidos, que desandam quando vislumbram alguém que os conhece porque sempre imaginam que têm alguma coisa para lhes pedir, o Ângelo não era fugidio. O Ângelo não fugia, apenas, quando estava farto, ia embora.
Não éramos amigos, mas entre nós havia empatia e confiança, bens muito raros de encontrar nos tempos modernos.
Dizer que, em tempo de empobrecimento, ficamos todos ainda mais pobres é o mais banal de todos os lugares-comuns, mas é verdadeiro. E é a única maneira que encontro de prestar homenagem ao Artista e ao Homem.
So long, Ângelo.

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Os "candeeiros" de Dan Flavian



 Na sua edição de Fevereiro, a revista L+Arte publica um artigo da autoria do jurista Rui Carvalho da Silva que tem tanto de surpreendente como de divertido.
Conta ele a história da importação, em 2006, por parte de uma famosa galeria de arte inglesa, de uma escultura do também famoso artista Dan Flavin, conhecido pelos trabalhos realizados com tubos de luzes florescentes comerciais.
Sendo uma escultura, e para efeitos fiscais, deveria ser-lhe aplicada uma taxa de 5%, mas não foi o que aconteceu e a tributação foi de 20%, ou seja, a módica quantia de 36 mil libras. A galeria recorreu para o Tribunal Tributário Britânico que lhe deu razão declarando que a taxa devida era de 5%.
Contudo, a questão foi levada à Comissão Europeia que acaba de declarar que aquilo não é arte e diz mesmo “ tem as características dos acessórios de iluminação e, como tal, deve ser tratado como iluminação de parede”, ao que o advogado da galeria responde, cheio de razão, numa revista da espacialidade “ dizer que o trabalho de Dan Flavin só se torna uma obra de arte quando ligado à corrente só pode ser uma piada.”
Rui Carvalho da Silva dá o seu parecer sobre como resolver estas questões e termina, com graça, chamando a atenção para o facto de se poder considerar que” uma peça que custa 180 000 libras, não passa de um candeeiro”.
São conhecidas histórias de várias empregadas de limpeza de galerias e museus, briosas no trabalho que executam, terem posto no lixo algumas instalações feitas, exactamente, com lixo.
Contudo, na Comissão Europeia as empregadas de limpeza não mandam nada; ao contrário, não faltam por lá assessores, adjuntos, juristas, comissários, cérebros de alto gabarito  de todos os países, palrando todas as línguas do nosso continente, que se dedicam a meter-se nas nossas vidas e a regular os mais ínfimos pormenores dos nossos comportamentos diários. Ganham bem, vestem fato e gravata do nascer ao pôr-do-sol e decidem.
Nada tenho nada contra ganhar bem, falar línguas ou usar fato e gravata mas, se gastamos tanto com eles, quando não sabem porque é que não perguntam? 


quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Notícia

APPLETON RECESS #2
EDUARDO BATARDA | MIGUEL-MANSO | ANA YOKOCHI 
Curadoria: Ana Anacleto e Bruno Marchand


Inauguração: Quinta-feira, 10 de Fevereiro 2011 às 22h00
Patente até 26 de Fevereiro 2011

 


 APPLETON RECESS


Appleton Recess é um ciclo de exposições colectivas assente em premissas curatoriais que privilegiam o encontro entre gerações de autores, programas artísticos e meios de produção distintos. A cada edição serão apresentadas obras de três artistas, cuja selecção pretende estabelecer um diálogo – por vezes mesmo um confronto – entre peças especificamente desenvolvidas para este evento e outras que recuperam alguma da produção menos acessível das últimas décadas da arte portuguesa. Todas as exposições serão acompanhadas por uma publicação que reúne textos, ensaios visuais ou outra documentação, e que se assume como um corpo autónomo que procura ampliar ou complementar a experiência expositiva.


sábado, janeiro 22, 2011

Os "Muros de Abrigo" de Ana Vieira (e outras coisas mais)



No Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, pode ver-se até fim de Março uma exposição retrospectiva de Ana Vieira (Coimbra, 1940) composta por obras que vão dos finais dos anos 1960 até à actualidade.
A tradicional pintura bidimensional nunca foi o objecto de trabalho da artista, antes a criação de peças em suportes variados.
O que me encanta na obra de Ana Vieira é o jogo de mostra/esconde, o vazio (ou a ausência), às vezes o som, a necessidade que o espectador sente de activar todos os sentidos, de olhar com o corpo todo.
Se em trabalhos mais antigos o nosso olhar se depara com finos tecidos, telas ou biombos que “escondem” o que está para lá deles, criando alguma teatralidade que parece querer deixar-nos na plateia, nesta exposição somos convidados a atravessar um corredor branco ao longo da nave, como se Ana Vieira, finalmente, abrisse a porta e nos dissesse – entrem e participem no meu trabalho.
A exposição é muito boa e merece ser vista.
Enquanto a visitei não pude deixar de evocar alguns trabalhos de outras artistas portuguesas mais ou menos da mesma geração – Helena Almeida e Lourdes Castro.
Infelizmente para elas, não emigraram, pelo menos o tempo suficiente para terem o reconhecimento público no estrangeiro que as faria entrar em ombros em Portugal; também não sabem, nem querem saber, nada de marketing.
Não se chamam Vieira da Silva, Paula Rego ou Joana Vasconcelos, únicos nomes de mulheres artistas que os portugueses conhecem. É pena, porque elas mereciam mais do que lhe soubemos dar.
De lamentar nesta visita, apenas a ausência de uma simples folha de sala que ajude o espectador a situar a obra duma vida no contexto da arte contemporânea portuguesa.
Existe no balcão uma publicação minúscula que custa €1,5. Se a isso juntarmos €4 de entrada, gastaremos ali €5,5 duma assentada; pode dizer-se que a Gulbenkian está cara
e não é para todos. Mas alguma vez o foi?