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segunda-feira, dezembro 19, 2011

As meninas e as suas crónicas

Quando digo que nunca vi, nem passei perto, da Casa dos Segredos, as pessoas dividem-se em três grupos:
- As que acham que estou a mentir
- As que acham que sou snobe
- As que acham que estou a mentir e sou snobe.

Porém, é completamente verdade. A partir do primeiro Big Brother, percebi que, no género, as coisas só podiam piorar, e passei a seguir à letra a resposta que os liberais gostam de dar: ninguém é obrigado a ver, é só mudar de canal. Assim faço, mas ninguém acredita.

Contudo, também tenho a minha costela masoquista, que me leva a ler, todas as semanas, as crónicas de Ana Markl e de Inês Lopes Gonçalves, no Atual do Expresso.

A primeira baptizou a sua coluna de Procrastino Amanhã, o que me devia fazer logo procrastinar a leitura; mas não, teimo em meter-me por dentro daquilo que talvez seja “cultura pop”, sei lá, não tenho a certeza, ainda não percebi.
A segunda dedica-se à televisão, em crónicas ligeiríssimas sobre programas de alto gabarito, ao que me parece.

Ambas pretendem ser modernas, mordazes nas suas veladas ou claras críticas, mas cá a mim parece-me que estão a escrever um blogue dirigido a uma faixa etária que vai dos 18 aos 30.
Se a ideia é essa, juro que encontro na internet uma mão cheia de gente que o faz melhor; se a ideia não é essa…então, não sei qual será.

Porque continuo a lê-las todas as semanas? Bom, talvez eu não seja só masoquista; talvez esteja a torcer para que melhorem e sejam sinal duma nova geração de mulheres jornalistas com escrita forte e pensamento estruturado.

Ainda não aconteceu, mas nem por isso perco a esperança.
Força meninas, ao trabalho.
Eu, cota, vou continuar a autoflagelação até que um dia, que não hoje, as possa aplaudir.

terça-feira, abril 26, 2011

O "escarafunchanço" de Ana Markl

Ana Markl escreve no Atual do Expresso de 22 de Abril uma interessantíssima crónica sobre o “escarafunchanço” nas feridas (suponho que amorosas) que algumas músicas ajudam a fazer. Conta, ligeiramente, como em cada idade se escarafuncha na dita, fala de crostas que se metem na boca, de facas para rodar na ferida, de sacos de confetes (?) que nos hão de cair em cima, do mail dum amigo especialista nessa arte (do escarafunchanço, claro), etc.
Aquilo é uma prosa magnífica a servir um conteúdo que não está ao alcance de todas as cabecitas – o escarafunchanço.
Talvez por isso eu não tenha percebido nada à primeira leitura mas, como sou uma burra teimosa, como todas as burras, suponho, resolvi fazer uma segunda (e penosa) leitura.
Com esforço acho que cheguei lá, e concluí que aquilo devia ter muita filosofia – de Platão a Immanuel Kant, passando por Nietzsche e Heidegger, e que eu é que não estou preparada para tais leituras.
Devem ser coisas que só os mais novos entendem, aqueles a quem a escola recente dá sólida formação em filosofia, que inclui, certamente, o escarafunchanço. Eu estou out.
O que me parece é que esses mais novos não leem, e muito menos compram, jornais. Daí a minha inquietação por também não perceber os critérios editoriais do Expresso para o seu suplemento cultural.
Eu bem escarafuncho, mas não entendo, e fico cada vez mais perplexa, embora esteja completamente encantada com a beleza dessa palavra da lingua portuguesa em boa hora escolhida por Ana Markl - ESCARAFUNCHANÇO. É lindo!