Ontem vi na
televisão Ana Avoila, de CGTP, a dizer que marca a greve da função pública
quando quiser e não tem que dar contas a ninguém, naquele jeito um bocado labrego
que lhe é peculiar.
Quando ela
desapareceu do ecrã fiquei a pensar que já não me basta indignar-me diariamente
com o governo, com a oposição, com o Presidente da República, com a Justiça,
com os bancos, com a Europa etc., ainda tenho de passar a indignar-me também
com os sindicalistas. Malapata.
As Avoilas
que povoam os nossos sindicatos são, mais ou menos, como os jotinhas, isto é,
fazem toda a sua vida dentro da organização que os sustenta, vão ganhando poder,
e quando já ocupam lugares com poder de decisão também não se atrapalham -
decidem de acordo com o parecer do seu umbigo, indiferentes a uma realidade que
desconhecem porque não a frequentam.
Ana Avoila é
apenas mais uma que parece não entender nada do sentimento dos portugueses que ainda
têm trabalho, e que querem uma greve tão grande quanto possível, para que tenha
significado, peso político, e para que valha a pena o sacrifício que fazem e o
que impõem.
Ana Avoila
quer apenas a sua grevezinha, por si decidida e manobrada.
Ana Avoila é
poucochinha.
Ana Avoila,
a sindicalista, está tão impreparada para o tempo que vivemos como o governo.
Ana Avoila
está há demasiados anos sem trabalhar.
Está só no
sindicato.