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quarta-feira, janeiro 22, 2014

Sobre a praxe, curto e grosso


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Para um pacifista, o pior mal é a guerra. Para mim, é a agressão. E a agressão, por vezes, tem de ser travada pela força.”

Amos Oz
Entrevista ao Expresso, 23 Novembro 2013

A praxe é uma agressão. Só a força da lei a pode travar.
Proibir, sim. Cortar o mal pela raiz.

 
 
 
 

terça-feira, novembro 26, 2013

Declaração de amor














 
 
 
 
O meu. Por Amos Oz, escritor israelita, natural de Jerusalém, nove anos mais velho que o Estado de Israel, 74 anos de idade, 30 a viver num kibbutz, muitos outros em Arad, às portas do deserto, agora em Telavive; também combatente nas guerras de 1967 e 1973, activista pela paz e defensor da existência de dois Estados – Israel e Palestina.

Li a entrevista que deu ao Expresso desta semana, palavra a palavra, frase a frase, como quem saboreia um pitéu raro.
Amos Oz é, também ele, um ser raro, dotado de inteligência, ponderação, sensatez, brilho intelectual, sabedoria e modéstia em doses sumptuosas.

Perguntam-lhe no fim da entrevista: Pode a escrita ser um fardo?
 
Totalmente. É um trabalho duro. Se escrevo um romance com 55 mil palavras, tenho o mesmo número de decisões a tomar. Cada palavra é uma luta.
 
Quem escreve alguma coisa sabe que assim é.
No caso de Amos Oz é uma luta sempre ganha, e que nunca deixei de lhe agradecer no final de cada livro.
Raça de homem que me fascina.

Nota: Já aqui  falei sobre um dos seus melhores livros

 

segunda-feira, abril 29, 2013

No reino dos seres perigosos


Numa surpreendente exposição na Culturgest Rui Toscano brinda-nos com esculturas para ouvir.





Ípsilon, Público de 26 Abril 2013
“ de há algum tempo que a humanidade é um programa em aberto”.
Amos Oz.

 
Atual, Expresso de 27 Abril 2013 (entrevista)
- Os ministros do seu livro são sobretudo incompetentes…
- E o mais difícil é saber como agir face a essa ignorância ministerial. O que se faz perante a estupidez? Talvez a esperança esteja apenas naquilo que cada um de nós pode fazer.
John Le Carré

Fim-de-semana com artistas e escritores. Gente que pensa. Gente que subverte. Gente perigosa. Gosto.

quinta-feira, novembro 22, 2012

"Uma história de amor e trevas"

Face ao recrudescimento do conflito israelo-palestiniano, e apesar do cessar-fogo anunciado, talvez seja boa altura para relembrar aqui um magnífico livro de Amos Oz − “Uma história de amor e trevas”.

Misto de autobiografia e romance, o livro leva-nos pelos caminhos da criação do Estado de Israel, da diáspora judaica à história do sionismo, sempre através do olhar do menino que se vai fazendo homem e criando a sua identidade a par da do seu país.

É uma bela história, comovente, trágica e, por vezes divertida, contada por um escritor (eterno candidato ao Nobel, mais um) que sempre se opôs ao fanatismo, e que afirma que a luta lá, como noutros lugares, não é entre judeus e árabes, mas entre fanatismo e tolerância.

Posso até estar de acordo com ele, mas também  nunca me poderei esquecer das inúmeras resoluções da ONU que Israel nunca cumpriu, bem como da desproporção de meios e danos que sempre se verifica de cada um dos lados do conflito e que tão bem conhecemos
Um belo livro que, em 2004, ganhou, entre outros, o Prémio France Culture.


Uma história de amor e trevas
Amos Oz

Asa Editores, S.A., 2007



segunda-feira, agosto 29, 2011

Estranho país, Israel

No Museu do Chiado, pude ver recentemente um vídeo de Nira Pereg – Sabbath 2008, em que se assiste ao encerramento ao trânsito de zonas ultra-ortodoxas de Jerusalém, para celebração do Sabbath, encerramento levado a cabo pelos próprios judeus ultra-ortodoxos, com autorização do município.
Não deixa de ser bizarro, no século xxi, ver aqueles homens e crianças de cabeça coberta, roupa preta e trancinhas a impedir a circulação de todos os outros cidadãos.
Veio-me à memória um artigo de Amos Oz, o mais conhecido escritor Israelita, que o DN publicou não há muito tempo, em que o escritor fala dos movimentos dos jovens acampados (lá também) e da situação actual de Israel, apontando especificamente o custo destes cidadãos para o Estado como um das razões para as dificuldades sentidas, entre outras (os milhões gastos a construir colonatos e a desigualdade distributiva). Escreve ele:


…Em segundo lugar, nos montantes astronómicos canalizados para as escolas ultra-ortodoxas, onde crescem gerações de vagabundos ignorantes, cheios de desprezo para com o Estado, o seu povo e a realidade do século xxi.

Depois, ainda me lembrei que a rua de Lisboa onde se situa a embaixada de Israel também tem uma barreira que a fecha ao trânsito.
E penso ainda: estranho país este, Israel, que parece só saber viver levantando muros e barreiras.
Nota: a imagem pertence ao vídeo de Nira Pereg e foi retirada do site do MNAC.