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sexta-feira, março 04, 2011

A velha história do mexilhão


No dia 16 de Janeiro escrevi aqui que, aos poucos e como se não fosse nada muito importante, íamos ouvindo falar do aumento do preço dos alimentos. Terminava com uma nota optimista dizendo “A verdadeira boa notícia disto tudo é que o preço dos alimentos sobe, sobretudo, porque há mais gente no mundo que COME TODOS OS DIAS.”
Era verdade, mas não era a única razão. As secas, fogos, inundações (alterações climáticas, talvez) verificadas em vários países que são grandes produtores sobretudo de cereais, eram também causas importante. Mais procura, menor oferta, e as leis do mercado em funcionamento.
Foi esta escalada de preços que esteve na origem, e deu forte impulso, às grandes manifestações na Tunísia e no Egipto, manifestações que acabaram a derrubar regimes e a contaminar outros países árabes, como a Líbia, grande produtor de petróleo. Assim, com a incerteza, o petróleo aumenta de preço e os alimentos aumentam ainda mais, por causa do petróleo. Estamos, portanto, em roda livre. Tudo tem que ver com tudo.
A minha nota optimista de Janeiro continua a justificar-se, mas apenas em parte. É que, segundo li aqui " O Banco Mundial alertou hoje que a escalada nos preços dos produtos alimentares atiraram mais 44 milhões de pessoas para uma situação de “pobreza extrema”.
É a velha história – são sempre os mais pobres dos pobres que pagam os efeitos das intempéries, da especulação e da ganância, ou, usando a provérbio imortalizado pelo nosso querido José Cardoso Pires em Dinossauro Excelentíssimo, confirma-se que “quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão” - “esse marisco mais que todos humilde, só tripa e casca”

Nota: a minha edição de Dinossauro Excelentíssimo é de 1973, editora Arcádia, e custou 120$00 . Levei tempo a poupar para o comprar mas, na altura, não tinha importância, porque os livros mantinham-se nos escaparates das livrarias bem mais do que 3 ou 4 semanas como hoje acontece.

domingo, janeiro 16, 2011

Gourmet sim, mas...



Como se não fosse nada de muito importante, de vez em quando vamos ouvindo falar do aumento do preço dos alimentos a nível global.
Para já, nada que nos possa inquietar muito mas, no futuro mais ou menos próximo, não sabemos como será.
Nos anos de1990, Cavaco Silva vendeu a agricultura portuguesa em Bruxelas por um punhado de moedas e o resultado aí está – enorme dependência do exterior também para a alimentação. Talvez um dia tenhamos que voltar a cultivar a muita terra disponível em Portugal e isso não é, necessariamente, uma má notícia.
A verdadeira boa notícia disto tudo é que o preço dos alimentos sobe, sobretudo, porque há mais gente no mundo que COME TODOS OS DIAS.