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quarta-feira, junho 05, 2013

Pior é impossível


Eu já elegi a pior frase do primeiro semestre de 2013, porque me parece que daqui até ao fim do mês pior é impossível. Embora...

Mira Amaral sentenciou:

“Se a Alemanha gosta de Victor Gaspar, também temos que gostar”

Percebo que não há nesta “posição” nada de novo.
Quando a Alemanha toda gostou do Hitler, ”aconselhou” os outros povos a que gostassem também.
Uns resistiram, e outros baixaram as calças.

É estúpido comparar hoje o exercício do poder de Schauble com o de Hitler porque, na verdade, não há comparação possível.

Já quanto aos que baixam as calças diante de quem pode, difícil é não comparar, porque são todos iguais em qualquer tempo ou lugar.
E são execráveis.


terça-feira, maio 21, 2013

Um cascudo no Cascada, ou a Alemanha na Eurovisão

Como a maioria dos portugueses, julgo, não pus nem um olho nem um ouvido no Festival da Eurovisão. Porém, ontem li uma divertida notícia no Público. Parece que a Alemanha foi olimpicamente ignorada por 34 países dum conjunto de 39, donde resultou uma classificação fraca e que produziu desconforto em quem se julgava favorito.

Thomas Schreiber, coordenador da estação de televisão pública ARD, comentou que “há obviamente uma situação política a ter em conta. Não quero dizer que foram 18 pontos para Merkel, mas temos de ter noção de que não foram apenas os Cascada [a banda concorrente] a serem julgados naquele palco, mas toda a Alemanha”, comentou, citado pela agência Reuters.
“É inexplicável”, disse o comentador Peter Urban. “Será que as pessoas não gostam de nós?”, perguntou Urban, antes de responder “há alguma verdade nisso.”

Foi bom rir com esta notícia, imaginando os alemães com uma casca de ovo na cabeça, armados em Calimero, choramingando que “é uma injustiça”.

Percebo que depois de intoxicados com a propaganda da Merkel e companhia, que lhes enfiou pelas goelas abaixo a ideia de que somos preguiçosos e que eles estão a gastar imenso dinheirinho connosco, não percebam o desamor demonstrado (coisa que nem sei se foi verdadeira mas, pelo menos, os homens citados sentiram com tal).

Não tenho muitas esperanças, mas gostava que, aos poucos, o povo alemão fosse deixando de acreditar em tudo, mas absolutamente tudo, o que os políticos lhe dizem.
Até porque já se viu que isso pode dar maus resultados.


quinta-feira, março 28, 2013

segunda-feira, janeiro 30, 2012

“Proposta Indecente” -2 (sequela europeia)

Desde sábado de manhãzinha, quando ouvi a notícia - Segundo o "Financial Times", a Alemanha quer que a Grécia abdique da soberania sobre as decisões orçamentais, transferindo-a para um 'comissário do Orçamento' da Zona Euro. Esta seria uma condição para que Atenas receba um segundo resgate (aqui), os meus cinco sentidos perderam a tramontana

Primeiro achei que não estava a ouvir bem, depois comecei a deitar chispas pelos olhos e fumo pelo nariz, depois a escoicinhar com os membros que a natureza me deu, e a espumar pela boca e, finalmente, a usar linguagem de carroceiro.

Lembrei-me do filme dos anos 1990 “Proposta Indecente”. Nele, um casal em apuros financeiros recebe uma proposta, por parte dum milionário, para passar uma noite com a mulher a troco de um milhão de dólares. O bom do Robert Redford só queria ir para a cama com a Demi Moore umas horas, mas ousar propor tal negócio só porque os outros estavam falidos já era uma proposta indecente.

Como eramos cândidos e puritanos nos anos noventa.

Neste “filme”, a Alemanha é o prestamista que pretende instalar-se em casa do devedor grego para controlar toda a vida doméstica, do quarto á sala, passando pela cozinha, casa de banho e visitando o quarto da empregada, se não mesmo o da patroa. De caminho, se as coisas não correrem a seu gosto, vai levando as pratas - herança da avó, o cordão de ouro da tia Constantina e algumas notas de euro ou dólar que por lá encontre escondidas numa gaveta.

Entendo que, se o prestamista não quer emprestar, está no seu direito; não pode é dizer – empresto na condição de me meter na tua cama.

Esta é uma proposta dum senhor medieval que não é só indecente; é também obscena, prepotente, e, sim ouso dizê-lo, protofascista.


quarta-feira, dezembro 28, 2011

Cupidez alemã

Na nossa imparável marcha para vendermos os dedos depois dos anéis, a EDP lá foi vendida aos chineses. O governo disse que ia privatizar, mas apenas mentiu mais uma vez; aquilo foi apenas a venda dum Estado a outro Estado.

Não lamento a venda à China, apenas lamento a própria venda.

Todos temos alguma desconfiança em relação à China, e eu não sou exceção. Sabemos que é um gigante, que crescerá cada vez mais, que em breve será o país mais poderoso do mundo, mas também sabemos que é uma ditadura de partido único, dito comunista, onde vigora o mais puro dos capitalismos selvagens. Tudo, portanto, um pouco estranho e muito, muito assustador.

Porém, fiquei contente por a venda não se ter feito à alemã E.ON.
As políticas punitivas e de miséria que a Alemanha nos impõe, mais os juros usurários que nos cobra, devem ter levado os alemães a pensar que aos miseráveis, aos famintos e aos sem esperança se compra tudo por bom preço e que, chegando a hora, eles abocanhariam a EDP por tuta e meia.

O chairman da E.ON, de seu nome Teyssen, chegou a dizer que “a criação de valor do investimento na EDP não justificava um aumento da oferta”.
Pois! Estão verdes… E eles só nos queriam fazer um favor.

Fico desconfortável com os chineses na EDP?
Fico.
E se fossem os alemães?
Bom, se fossem os alemães também.
A verdade é que, hoje em dia, confio tanto num membro da União a que pertencemos como num chinês.

terça-feira, setembro 20, 2011

Muitas perguntas e uma resposta (torta)

No seu blogue 2 Dedos de Conversa, Helena, que vive na Alemanha, publicou no dia 18 de Setembro, um post com o título “não é preciso que tenham pena dos alemães, mas…”, em que escreve a determinado momento:

Entretanto a notícia do dia é esta: se as coisas correrem mal, pode ser que os contribuintes alemães tenham de entrar com 465 mil milhões de euros para salvar o euro. Em dinheiro vivo, se bem entendi.

Fiquei a pensar que isso não é nada comparado com os 1,3 biliões de euros que já custou a reunificação alemã.
E pergunto:
O resto da Europa não contribuiu para essa pequena despesa da Alemanha? Foi toda paga pelos alemães ocidentais?
“Salvar” 18 milhões de alemães de leste é mais importante que salvar todo um continente belicoso com 500 milhões de indígenas?
E pergunto ainda:
Quem construiu o euro à sua medida? Foi Portugal? Foi a Grécia? Ou terá sido a Alemanha?
Não admitiu já o presidente do BCE que se tem andado sempre a fazer com o euro e as taxas de juro o que convém à Alemanha e à França?
Quem, verdadeiramente, lucrou com o euro até agora?
E ainda faço outra pergunta:
Não é a direita, que está no poder em quase toda a Europa, que defende sempre o princípio do “Utilizador/Pagador”?
E agora não pergunto, respondo:
Se é essa a máxima, cumpra-se.