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terça-feira, janeiro 17, 2012

O B perdido

Há dias, a Standard & Poor’s fez uma nova aparição no tapete vermelho e, qual diva caprichosa e birrenta, atirou-se ao Euro por onde o apanhasse.
Dizem que tinha as costas aquecidas pelo dólar e pela libra mas eu acho que aquilo é tudo mau-feitio.

À pobre da França tirou um A e a nós tirou-nos um B.

Acho mal. O triplo B sempre foi muito cá de casa. Quando eu era pequena, a minha tia Idalina tinha a mania de me pegar na mão para ir à loja do senhor Coelho; nunca percebi se era para não se sentir sozinha ou para não parecer sozinha mas, para o caso, tanto fazia, porque era as duas coisas.

Quer pedisse tecido para um vestido, pano para um lençol ou mesmo fita de nastro ou colchetes, sempre ia dizendo – Já sabe, quero os três Bês. O senhor Coelho respondia com sorriso reverente: A D. Idalina já sabe que nesta loja é tudo Bom, Bonito e Barato.

E foi assim que eu fiz a minha iniciação ao triplo B.

Num instante, vem aquela diva enlouquecida e tira-nos um B sem, ainda por cima, dizer qual. Eu desconfio que seja o de Barato porque a vida está cada vez mais pela hora da morte.
Mas agora fiquei a pensar – e se for o Bom? E se for o Bonito?
Uma bruxa, é o que ela é, aquela S&P. Uma bruxa.

quinta-feira, abril 21, 2011

Rating, que é isso?


Nos últimos meses muito temos aprendido de economia e economês. Por mim, não paro de aprender e de me espantar.
Transcrevo o que li no Expresso de 16 de Abril, caderno de Economia.

“Há uma proteção histórica às agências de rating, que estão legalmente amparadas pelo primeiro artigo da Constituição americana, sobre a liberdade de expressão. Alegam que não podem ser processadas porque o que fazem é pegar em informação que é pública e redigir um relatório de classificação equiparável a uma página de opinião ou a um editorial de jornal.”
“…há uma norma legal, com 77anos, que estipula que os profissionais das agências de rating não são peritos. Se fossem tidos como tal, não estariam protegidos pela liberdade de expressão.”

Muito bem: estes não-peritos recebem dinheiro, influenciam os mercados, jogam e destroem a vida de milhões de pessoas e são inimputáveis – estão só a dar a sua opinião.
Os deuses devem estar loucos mas, se não estiverem, o mundo está, de certeza.