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quarta-feira, julho 06, 2011

Danos colaterais

Quem lê este blogue, já percebeu que tenho pouco apreço por Fernando Nobre e que ele consegue até bulir-me com os nervos.
Volto e ele, mas espero que seja a última vez.
Há cerca de dois anos, numa tarde tórrida de verão, suportei estoicamente o calor e fui até uma livraria de província para assistir ao lançamento dum dos seus livros, com a presença do autor.
Foi a primeira grande desilusão. Não ouvi falar de mais nada que não fosse o número de universidades pelas quais era doutor honoris causa e das suas "boas"origens familiares.
Quando anunciou a candidatura à Presidência da República pensei que raio teria passado pela cabeça do homem. A campanha foi o que se sabe, ficando-me a ideia duma cabeça cheia de nada, frases feitas e populistas, e uma consciência de si muito para além da realidade.
O episódio da candidatura pelo PSD mostrou um homem com práticas muito distantes dos princípios que nos quis fazer acreditar que eram os seus, e também com uma grande sede de poder e protagonismo.
Abandonou agora o lugar de deputado, o que se compreende à luz do seu passado recente, mas, se optasse por ficar, ainda poderia redimir-se um pouco, tentando ser no Parlamento uma voz independente em defesa dos mais desprotegidos, como prometeu na campanha presidencial.
Diz que volta para a acção humanitária, onde se sente mais útil, e eu acho que nunca devia ter de lá saído.
Contudo, a AMI está inexoravelmente ligada a Fernando Nobre, e vice-versa, o que a fará ressentir-se da actuação pública do seu presidente.
Acredito que o homem faz o lugar, e não o contrário. Ora, atendendo ao conhecimento que agora temos de Fernando Nobre, e depois de conhecer o organigrama da AMI, julgo que não serei a única a, de futuro, pensar muito bem a quem entrego aquilo que puder dar.
Será, contudo, uma pena que seja a AMI a sofrer os danos colaterais.