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sexta-feira, abril 26, 2013

Olha eu a querer fazer uma Redacção da Guidinha



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda pensei deixar esta narrativa do meu 25 de Abril para a próxima segunda-feira, seguindo o exemplo do Tozé Seguro que agora nunca fala a quente sobre as intervenções quentes dos outros e dá um intervalo de uns dias como sempre me disseram que devia ser – filha não fales a quente que depois arrependes-te mas o certo é que nunca consegui seguir esse ensinamento deitando tudo para fora na hora e além disso deu-me vontade de imitar uma daquelas peças de resistência que o Sttau Monteiro fazia no defunto Diário de Lisboa nos tempos da ditadura chamadas Redacção da Guidinha coisa que não era nada fácil de fazer porque não tinham pontos nem vírgulas mas eu vou tentar começando por dizer que gostei de ouvir as três primeiras meninas na Assembleia da República porque a Heloísa não gritou muito ontem a Catarina não gritou nada porque é actriz e sabe colocar a voz e bem podia dar umas lições à camaradinha do PC que manda umas fífias mas se calhar está só a mudar a voz e depois já não ouvi os partidos”do arco da governação” que sempre têm a mania de falar quando eu já vou tomar café por isso quando voltei já estava a falar um gajo horroroso que diz que é nosso Presidente mas deve estar totó porque um gajo tão asqueroso e desprovido de tudo nem da colectividade do bairro  pode ser presidente mas dizia umas coisas que de tal modo excitavam os tais do arco da actual governação que ainda pensei ver ali uma sessão de moche que não sei se é assim que se diz e escreve mas vocês entendem e me deixou assim um bocado a pensar que não sei se resista se desista mas chegou a família e disse bora lá a resistir bora prá avenida e fomos e estava festivo e colorido embora neste desfile do 25 de Abril eu me sinta sempre a desfilar numa escola de samba com mais público nas bordas da avenida do que a desfilar mas onde o povo também grita e ri e veste cores garridas e manda bocas e eu gosto mas ontem os plátanos estavam bravios e  arranharam-me a garganta e os olhos mas isso não o foi o pior que aconteceu porque o pior mesmo foi quando uma traiçoeira depressão no empedrado dos Restauradores que estava ali só para me aborrecer me levou ao chão estendidinha como uma lagartixa e vieram logo muitos companheiros perguntar se eu estava bem e eu estava bem e espantada porque a minha nora Catarina conseguiu não se rir quando viu a sogra estatelada que é a coisa que mais vontade de rir dá e se fosse eu não conseguia mas lá sacudi a poeira e à noite ainda queria ouvir o chefe da oposição Pacheco Pereira lá na Quadratura do Círculo mas já não consegui e apaguei cedinho atacada por gajos que deliram e se acham Presidentes pólenes e buracos no empedrado mas acordei fresca e aqui estou a contar garantindo que isto de querer brincar com o português como o Sttau Monteiro fazia não é nada fácil mas é a minha forma de homenagear aqueles que resistiram em muito piores circunstâncias do que aquelas em que nós teremos que resistir e é com satisfação que me despeço porque para o ano há mais.
Guidinha (com perdão do Sttau Monteiro).
 
PS: resolvi pôr a letra assim grande porque se não nem eu alguma vez teria paciência para ler o que escrevi.