sábado, julho 04, 2015

Daqui, do meu “Olimpo”











Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, não vou dizer − “se eu fosse grega” fazia isto ou fazia aquilo.

Não vou, mas também não vou negar que com este longo processo, que está longe do fim, ora me inquieto ora me regozijo, ora deprimo ora barafusto, ora acalmo ora confio, ora desconfio. Tem sido cansativo, às vezes quase desesperante, mas sempre nos pôs o sangue a correr nas veias, e isso é bom, muito bom.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, tenho testemunhado uma das maiores, se não a maior e mais escandalosa campanha de desinformação a que já assisti.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, e à aproximação de domingo, ser-me-ia muito fácil escrever OXI, OXI, OXI (o Não grego), quase como se os gregos tivessem o dever de votar Não, e com esse seu acto de rebeldia ou desespero devessem resgatar, não só a sua honra, mas sobretudo a nossa.

A quantidade de anos já vividos, porém, permite-me saber, antes de mais, que é preciso estar “nos sapatos” dos outros para perceber a verdadeira dimensão dos problemas que os afligem.

Por isso acho que OXI não pode ser uma bandeira de que nos apropriamos alegremente nas redes sociais.

Se eu fosse grega, sei lá o que faria.
Se eu fosse grega, sei lá em que situação me encontraria.
Se eu fosse grega, sei lá como avaliaria as consequências para o futuro do meu país em geral e da minha família em particular.

Aqui sentada no meu tranquilo “Olimpo”, é verdade que também eu desejo que os gregos se decidam pelo Não. Que digam BASTA.

Contudo, se amanhã eles não o puderem fazer, eu entendo. E respeito.
É isso. Seja o que for que aconteça, eu respeito

PS: OXI, OXI, OXI.

3 comentários:

  1. Cara Lourinho. O acaso trouxe-me a este blogue e a este seu texto. Não nos conhecemos. Não sei quem são os seus amigos. Não sei quem são os seus leitores. Mas sei que me é incompreensível que este seu texto tenha ficado sem comentários. Antes do dia 5 e, especialmente, depois do dia 5. Ele revela muito mais do que aquilo que diz. Não querendo alongar-me, revela a intoxicação que foi feita para nos fazerem crer de que só poderia acontecer o oposto do que aconteceu. Intoxicação que o seu texto tão bem "chora". Parabéns.

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    1. Caro José Monteiro, agradeço o seu comentário e também os parabéns finais. Porém, em abono da verdade, tenho de dizer que não percebi nada. Não quer explicar-se um pouco melhor?

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    2. Peço desculpa. Fiquemos só pelos parabéns, que são merecidos.

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