A 26 de
Dezembro de 2004, um descomunal tsunami varreu a costa de vários países do sul
da Ásia. Alguns desses locais eram estâncias de turismo onde muitos ocidentais
passavam férias de Natal munidos de câmaras fotográfica e iphones; e falavam
inglês.
Através dos
seus registos de imagens e palavras, tivemos horas de reportagens televisivas,
onde quase podíamos tocar o pânico, a dor, a perda e também o heroísmo.
Em Agosto de
2005, o furacão Katrina destruiu boa parte da cidade de New Orleans. Era a
América nas suas imensas contradições. As televisões assentaram arraiais e
forneceram centenas de horas de reportagem sobre o pânico, a dor, a perda e
também o heroísmo. Todos falavam inglês.
Há poucos
dias, o tufão Haiyan levou literalmente consigo a vida de milhares de filipinos
– uns porque morreram, e outros porque ficaram sem passado.
As
televisões mostram algumas imagens nos telejornais, entre declarações de
treinadores de futebol, declarações de Rui Machete, e outros desastres.
Aqueles
filipinos são todos pobres, e não falam inglês.
O pânico, a
dor, a perda e o heroísmo também lá estão, mas por baixo da pele ou atrás das
pálpebras.Teremos que os adivinhar, se quisermos. Geralmente não queremos.
Neste caso,
teríamos também que falar a sério de alterações climáticas e, geralmente,
também não queremos.
Porque
vivemos do lado de cá da vida e, se necessário, até falamos inglês.
Excelente post! Beijos
ResponderEliminar:-) bj
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