quinta-feira, outubro 04, 2012

Desaparecido (s)em combate

Não, não ando à procura do Portas, que eu bem o vi lá na AR, caladinho, é certo, mas presente. Procuro o Viegas, esse carismático escritor e editor que aceitou ser Secretário de Estado da Cultura.

Anda desaparecido. Deve entrar e sair de parapente – ninguém o vê, ninguém o procura, e, provavelmente, já ninguém se lembra que ele existe, excepto eu.

A verdade é que a criatura existe, foi convidada para a governação (ih! ih!), encheu o peito (já de si um pouco cheio), e até repetiu aquela coisa linda de “fazer mais com menos”. Não é a primeira vez que aqui escrevo sobre o Viegas mas quero recordar que, no seu blogue, e antes das eleições, escreveu um texto de incitamento e apoio implícitos a Passos, que terminava com uma citação/recomendação assim:

 
Quando ofereceram o poder ao Mestre de Avis, explicaram-lhe: prometa o que não pode, ofereça o que não tem e perdoe a quem não o ofendeu. Aprendam. Aprendamos.

 
A coisa prometia, mas foi fogo de palha. É que nem mesmo agora, com aquela trapalhada das fundações, o ouvi lamentar o “inevitável” corte em Serralves, Casa da Música, Museu Paula Rego, Culturgest, Museu Vieira da Silva etc., enfim, aquelas casas que ainda se esforçam por não deixar que este retângulo se transforme num enorme deserto cultural.

Nada. Sumiu. Escafedeu-se.

Temo, por isso, que depois de ter escrito um policial que dava pelo nome de “Morte no Estádio”, possa estar agora a escrever, nas suas muitas horas vagas, a sequela − “Morte no Palácio da Ajuda”.

3 comentários:

  1. Com este olhar, não andará a fazer coisa boa...ou então, fugiu. Sabe-se lá!:)

    beijinhos

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  2. Para dizer a verdade ele nunca apareceu realmente... Já achei mal um escritor aceitar ser secretário de estado da cultura num momento em que se acabava com o ministério. A Cultura deveria ter sempre um ministério. Enfim!...

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  3. Mistério na cultura: o francisco escafedeu-se!

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