sexta-feira, abril 13, 2012

Regresso à fisga

O léxico governamental português é pobrezinho. Resume-se, de facto, a três verbos – proibir, taxar, cortar.

O verbo proibir foi na 4ª feira conjugado, mais uma vez, na Assembleia da República, desta feita pelo Dr. Macedo que, depois de, há uns anos, muito usar o verbo taxar nas finanças, passou a usar os verbos proibir e cortar na saúde.

Este homem é o paradigma.
Decidiu o Macedo que vai proibir o fumo dentro de carros particulares que levem crianças; bom, eu há muito tempo que não tinha um ataque de riso tão convulsivo.

Estou a imaginar o polícia a abeirar-se do carro e dizer – cheira-me aqui a esturro, o senhor esteve a fumar com a criança no carro, eu senhor guarda, nada disso, pela sua saudinha, eu nem fumo.

Se o ridículo matasse, o ministro tinha saído da AR levado pelo INEM (se ele chegasse a tempo, claro), mas a fúria proibicionista é de tal ordem que nem deixa margem para pensar.
Uma campanha publicitária, tendo em vista quem ainda fuma no carro com crianças lá dentro, seria bem-vinda. Mas, qual o quê, eles gostam é de proibir e pronto.

Depois disto, fico à espera que me proíbam de fumar na minha própria casa. É só já o que falta.

Nessa altura, quando a ressuscitada polícia de costumes, alertada pelo pivete ou por denúncia de vizinho malvado, me bater à porta, não a receberei de caçadeira porque tenho horror a armas, mas uma boa fisga de caçar pardais vou ter na mão, de certeza. (Para a ter sempre à mão vou passar a usá-la no pé, como se vê na imagem).

E só espero ainda ter pontaria para lhe acertar nas nalgas.
Assim mesmo, bem à alentejana.


3 comentários:

  1. Esta é a necessidade de criação de factos políticos para distrair os papalvos dos "acertos" desta governação de opereta!!!

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  2. Eu acertava-lhe no meio da testa. Em cheio...

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