quarta-feira, fevereiro 01, 2012

O Bastonário está desassossegado

Confesso que sempre tive alguma simpatia por António Marinho Pinto; talvez por eu própria gostar de palavras, também gosto de quem as usa sem medo ainda que, com isso, possa correr o risco de, aqui ou ali, elas saírem mais desbragadas.

Desta vez acho que não é mero desbragamento, é desnorteio.

Quando alguém se insurge contra um ministro por ele pedir uma investigação às contas do seu próprio ministério, pelas quais, sejam atuais ou anteriores, terá que dar a cara, está-lhe a negar um direito e até um dever.

Quando alguém se socorre sistematicamente do “caso” da nomeação da irmã da ministra para o Ministério do Ambiente, parece estar sem argumentos.

Quando alguém diz que a ministra “parece uma barata tonta” está a deitar mão ao mero insulto.
Além disso, há nesta afirmação um subtil toque sexista que incomoda.
Duvido que Marinho Pinto usasse a mesma expressão referindo-se a um ministro homem.

Fica-me a ideia de que Marinho Pinto está, também ele, à rasca.
Por isso estas suas palavras já não são fortes e contundentes.
Apenas estouvadas e grosseiras.

1 comentário:

  1. Ele é alguém que se empenha nas lutas que entende serem justas.
    Já deu provas que não teme os poderes constituídos e as suas ramificações poderosíssimas na advocacia...
    É o único Bastonário em que me revejo desde sempre... e por isso perdoo-lhe agum excesso pelo óptimo papel no desmascaramento dos conluios que estão à vista de todos.

    ResponderEliminar